há mais mentira lá fora,
do que incertezas aqui dentro,
do silêncio, das coisas e das ressacas,
da poesia estranha e timida,
sentida a poucos, olhada por uns,
venerada por outros,
que o poeta não sabe o desfecho,
nem mesmo o começo ele sabe,
ele escreve apenas,
e vê na sua crença,
algo belo que vai nascer,
ou virar cinza e pó,
e cair nas lástimas impiedosas do esquecimento.
A poesia fraca, sem rima,
ganha tanta força quando anima,
quando cala, esquece,
quando entristece,
a mim pois, é assim,
via de regra,
não precisa ser bela,
nem feia, nem métrica,
nem alheia,
precisa entristecer,
fazer chorar,
fazer lembrar,
e nunca fazer dormir.
Necessita fazer sorrir,
fazer sentido,
fazer valer a pena,
a pena que traz na mão,
e na dança das palavras,
tirar pra dançar os sentimentos mais ofuscados,
nos cantos mais obscuros da alma triste
do poeta chato.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
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Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e de descanço de um trabalhador da p...
6 comentários:
poeta chato, poeta amado.
mto delicado... mto lindo...
=~
cara, tua poesia me fez sorrir..
;]
uma fina sensação
as inexplicáveis e poderosas palavras são como flechas...atingem...atingem...
E viva a desmaterialização da ordem tediosa! Lindo Pedro penseiro!
agradeço-os!
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