terça-feira, 20 de dezembro de 2011

amor

é sempre infantil
nasce assim
cheio de medos
é inseguro
é toda potência
produz, cria
momentos singulares
e não importando a idade
traz pro idoso, pro jovem
quase sempre os mesmos sentimentos
é o que nos aproxima, é o que nos ensina que no amor ninguém ensina
só se aprende diariamente a conviver com gradientes do outro,
com variações de você.
Existem rios de textos sobre e litros de sentimentos seus...
tudo fluindo, se transformando em espasmos de prazer.

Ninguém controla, ninguém contorna e ninguém é doutor!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Conceito de Saudade

Um tempo trágico,
absorto de vida,
inerte de vácuo:
espaço cavo, oco
e de sonhos coxo,
e de poucos ais.
onde a falta superabunda
na angustia fria
da espera muda.

Que chama
incendeia
a tua volta casual?
Aquele que a sente,
é agora seu,
e pleiteia a incoerência
de viver amargurado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vende-se atitude?

Depois de pensar, imaginar e sonhar, encontrei a fórmula da atitude. Tomarei doses diárias, serei minha própria cobaia, verei os resultados das ações e ações.  E depois de muito agir, descansarei em pleno ócio criativo e viverei com a venda das doses que eu não mais vou tomar. Venderei atitude banais, diferenciadas, comuns e incomuns; pois com a formula certa, fornecerei um legue de atitudes. Só não venderei as sem noção...

Todos aqueles que pensam demais, imaginam demais ou sonham desmedidamente, preso a inercia,  ficarão livres. No entanto, só digo uma coisa, pra quem almeja autonomia, eu não poderei  regular a dose. Eu não vendo drogas como os traficantes, psicanalista, publicitários, toda essa e aquela gente do tipo que regula. Eu venderei a droga, se droga for, como um amante da humanidade, um educador. Até por que ter atitude é bom até certo ponto. Assim como  um remédio pode virar veneno, atitudes vazias podem vir a ser vulgar. E isso, juntamente com os desejos inúteis, já temos demais.  

Logo, na minha avaliação, as pessoas que precisam de atitudes são as que pensam demais, imaginam demais ou sonham desmedidamente, porque  aquelas que agem por agir teleguiadamente precisam  pensar, imaginar e sonhar desmedidamente por conta própria. Eis um outro caso...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aquela saudade.

...Aquela saudade mansa,
que chega como um sorriso triste
no canto do rosto,
onde a esperança parece virar lágrima
hoje passou bem pertinho,
assobiando teu nome baixinho...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ao caminhar

Estou gratuitamente ao teu lado,
conto teus passos e admiro o caminho.
Traços de afetos percorrem as vias,
sigo e recebo além das graças, as suas,
o meu sorriso dado por ti.
Sinto-me em dívida e  pago com aquele abraço,
com muito afago de quem nada quer, além...
Dou meus passos pensando nos teus...
Sigo,
Segue-me,
Sigo-te,
Volto ao início,
gratuitamente teu.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Enheamorado

Fico-me pasmo,
conosco juntos,
entre tantos
risos soltos,
humor roxo,
e somos um.
Enquanto a ti de certo,
foi e é, penoso sê-lo,
sei-o pois,
e como ir-lo adiante,
a mim é fácil,
se quero o que és
e sempre a quis.
Aquela mistura doce a depor,
de meiguice, e deslembranças,
que nunca esqueci.

E dia a dia,
sou-me todo,
quase muito,
pouco a pouco,
ao lado teu,
um tolo,
embora todo
benfazejo.

E sigo, sentido a falta
em todo esquivo seu.
É certo. Mas de fato caminho alegre,
por ti, e pela fortaleza que me é,
Claro, e carrego dores
como bom mortal também!
Mas rogo-te toda noite alheio,
a eternidade de nós dois aos trancos,
velando teu leito inquieto,
orando para ficar para sempre
aos barrancos em ti.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sonho Europeu

Você, que sabe bem falar de tudo que não viveu,
perdeu o amor, que ele lhe tinha, pelo sucesso,
o sonho europeu. 
E lá, passou alguns anos,
contou grana, se vendeu como cigana.
Voltou, com um gringo na cama, tentando comprar ou
recuperar a vida que perdeu...
Isso por que  você não esquece aquele sorriso;
o valor daquele abrigo, o suor do futuro marido
Que não lhe deu o que você queria ter...

Ele não pode pagar o preço com o seu valor.
E você não tinha o valor no preço  que um dia a ele quis vender.

sábado, 29 de outubro de 2011

A existência do amor

A liberdade estar na invenção de si próprio ou na escolha de deixarmos nos levar pelos outros. A escolha é sempre nossa. Escolhemos amar ou não determinada pessoa por aquilo que projetamos pra nós dentro de um mundo projetado por nós. E se sentirmos antes de viver o amor ou qualquer outro sentimento, este morre em si mesmo. O sentimento constrói-se através dos atos praticados; não podemos portando perdi-lhe que nos guie. Sem guia, seguimos nossos instintos? Mesmo sabendo que a angustia precede a atitude e assim, se não agirmos logo, mataremos a poesia na própria palavra. Nas linhas sem prática de se criar o amor singular. Vamos esperar por sinais ou pelo olhar sorrateiro daquela paixão para que possamos construir o amor numa prática afetiva?  Não. Sem acreditarmos na espera, teremos de fato que interpretar os sinais um do outro e co-sentir o amor no outro, nem que seja na aventura de nada saber do futuro que começamos a praticar. Por fim, a escolha é nossa.
 E se ainda cairmos em desapontamento, pois o desamparo e a angústia (ciúme) caminham juntos. A dúvida nos lança por labirintos que de tão retilíneo nos leva ao desespero. Mesmo com a vontade torrencial de nos amarmos, o chão de probabilidades nos confunde e nos faz esquecer o mundo. Fizemos uma escolha. A consciência de tal ato nos desperta, após o amor, e nos lembra a pílula do dia seguinte. Teremos outra escolha?
O acaso nos lança luz sobre o caso. Ao vermos passar um velho solitário, ele nos diz que o melhor é agir sem esperança. Entretanto, no momento, melhor é confiar um no outro e fazer o mundo girar. Ele explica, agir sem esperança não é se acomodar; pelo contrário, é seguir em frente cada vez mais: usufruindo do sentimento de que se pratica; daquilo de que se cuida. Viver assim sem esmorecer, pois o amor, como tudo na vida, não vai vir do céu para nos salvar do mundo e de si.
O velho conclui: cuidado, esse amor de vocês, com o passar do tempo, poderá se transformar só em responsabilidades conferida nas escolhas feitas na pratica de tal ato que hoje vocês chamam de amor. Ah, mas vocês ainda são jovens... Adeus!

Sim. Ainda teremos outras escolhas, entre elas, ouvir ou não o velho ou não confiar no outro, na pratica do sentimento, e morrer em si mesmo, esperar o dia acontecer e a gente dormir.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Nada

é tão simples e sem fim
como o tempo que pesa nos ombros de quem o esquece;

é tão sério se é tão grave
como a espera do tempo que o leve;

é tão morte, se tudo é tão vida,
como a sorte de toda alegria sem suporte;

é tão tudo o nada que eu tenho
como tudo é só aquilo que eu quero;

tá tão assim, todo pra mim,
sem ser ao menos o que espero.

Por que a palavra não morre!

Parece que a poesia tem inteiramente a sua origem em duas causas, ambas naturais. Porque a imitação é natural ao homem desde a infância, e nisto difere dos outros animais, pois que ele é o mais imitador de todos, aprende as primeiras coisas por meio da imitação, e todos se deleitam com as imitações. É prova disto o que acontece a respeito dos artífices, porque nós contemplamos com prazer as imagens mais exactas daqueles mesmos objectos para que olhamos com repugnância; por exemplo, a representação de animais ferocíssimos e de cadáveres. E a razão disto é porque o aprender é coisa que muito apraz não só aos filósofos, mas também igualmente aos demais homens, posto que estes sejam menos instruídos. Por isso se alegram de ver as imagens, pois que, olhando para elas, podem aprender e discorrer o que uma delas é e dizer, por exemplo: isto é tal; porque, se suceder que alguém não tenha visto o original, não recebe então prazer da imitação, mas ou da beleza da obra, ou das cores, ou de outro algum motivo semelhante.

Sendo, pois, própria da nossa natureza a imitação, também o é a harmonia e o ritmo (porque é claro que os metros são parte do ritmo). Os que ao princípio se sentiram com maior inclinação natural para estas coisas, adiantando-se pouco a pouco, deram origem à poesia com obras feitas de improviso. Ora a poesia tomou diversas formas, segundo o diferente natural de cada um; porque os homens que tinham mais gravidade e elevação imitavam as acções boas e a fortuna dos bons; e os que eram de génio humilde imitavam as acções dos maus, escrevendo ao principio vitupérios, assim como os outros compunham hinos e louvores. [...] Aristóteles, da poesia e da tragédia.

Sofia

Se não existisses,

como um deslize lindo a desejar,

compondo-se parte delicada

da história que sou,

do jovem que fui,

da coisa que é Eu:

outro nem saberia ser.

És todo em parte

um espelho meu.

E ontem, se águas rolam

nos meus olhos,

quando sozinho a ensimesmar,

eram só saudades

como é agora:

um dia a mais que você cresceu.

O futuro me apraz então,

e todo riso que não sonho,

e que por hora não vejo mais,

é todo um grito que não me sai,

calado, e cantado como um hino,

que ressoa em todo meu existir.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Messagem

Minha linda,
queria-te tanto
quanto quero
o amor.
Este encontro em ti,
todo pra mim
e todo teu
assim como eu,
ao te amar,
me encontro
na saudade
do teu amor meu.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O leitor.

Eis que senta calado,

e dilui-se no silêncio fúnebre das letras,

entre um soluço,

e uma lágrima:

um vão de tempo,

onde passeiam os anseios da memória;


Ele entorna mais um gole, torpor.

Alheio às ranhuras,

e rimas,

da estrofe

estragada,

alheio ao movimento

das ruas,

dos carros,

e dos meninos,

ele parece não se importar.

e entorna outro trago, quissá.

A letargia dos seus olhos já não é a mesma,

a bebida já faz efeito,

a cachaça já faz suar.

Folheia as noticias, resmunga,

sua voz imagino rouca,

suponho fraca,

grave e fosca,

quase luzes,

quase chagas

feridas,

que ele parece trazer na alma.

sábado, 17 de setembro de 2011

uma e pouco.

A dor que deveras sente,
é sempre um tanto
que um quanto mente:
Errar é também,
uma forma de existir,
que pouco a pouco,
é quase rouco,
um grito a mais.


leminsquisando.

A cada pranto,
há um tanto
de sabor.

Pesaroso

Quado a lágrima cai,
e molha salgado o rosto,
e o resto parece não existir,
e o perdão não se faz acontecer:
é quando o pranto é dor,
e toda dor se acaba,
como um verso rápido
de uma poesia ruim.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Existem pessoas esperando por atendimento na saúde pública há mais de 1000 dias...
Existem pessoas morrendo no trânsito por falta de infraestrutura adequada há mais de 1000 dias...
Existem pessoas desempregadas há mais de 1000 dias...
Existem pessoas morrendo de fome há mais de 1000 dias...
Existem pessoas desabrigadas ou morando em situações de extrema miséria há mais de 1000 dias...
Existem políticos usando ilicitamente (para não dizer roubando mesmo) o nosso dinheiro há mais de 1000 dias...
Existe violência exacerbada e deficiência na segurança pública em todo lugar há mais de 1000 dias...
Os brasileiros são ludibriados pela maioria (sendo generosa) de seus governantes há mais de 1000 dias...

E todo mundo está comemorando...

1000 dias! 1000 dias! 1000 dias!

"Viva! Faltam 1000 dias para a Copa do mundo no Brasil!"


E viva o pão e o circo!

domingo, 11 de setembro de 2011

Tratado amoroso

Se tratando de amor,
quem quer que seja
quem quer que faça,
tem que sair direito
ou se torna farsa.

Com lindo falar mansinho,
é bom explicar com cuidado
como deve ser o trato pra ninguém se magoar.

Se tratando de amor,
tem-se que saber logo conviver com as diferenças,
com as  imperfeições do próximo e ser humano pra perdoar.

Esquecer as idolatrias, pois os deuses em carne e ossos não vivem.
Porque no amor o que torna tudo perfeito é o sonhar.

E o amor é viver,
conhecer novamente o mundo,
ir além de tudo que fazemos existir.

Se tratando de amor,
tem que por o corpo em movimento
sentir tudo ao nosso prazer

Assim cada um é feliz, pois além da vida
cada qual é o amor de quem lhe faz viver.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

De todos os dias.

Reivindicar

expectativas minhas,

em ti criadas,

de um todo eu pondero

ou posso até ponderar,

e assim cantarei.

errôneo talvez,

e quiçá de iraçá,

em um tom

se desfez...

É aqui, que sou capaz

de querer um não sei,

e de amar.

demasiado,

de novo

e mais um pouco,

e um pouco mais,

confesso,

dessa nova

nossa vez.

terça-feira, 6 de setembro de 2011


Ouso velar seu sono...
Dormes como um Príncipe em ascensão.

A rua já teve mais graça;
Bom mesmo é contemplar o melhor de mim.

Uma mudança que transforma e encanta.

Dormes Meu amor e
eu pensarei no nosso futuro...

Ainda há muita música para cantar;
história para ler;
poesia para fantasiar...

E o mundo espera por você...

Ainda temos tempo...
-Ele ainda é um aliado-

Meu Rei, Meu Artur, Meu amor...

Quiçá saberei explicar,
espero que possas entender...

É imaterial, impossível descrever...

Nobre demais, impossível tocar...

É o maior amor do mundo.

-Só para você.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Mistério?

Logo cedo, a cada passo,
teu sorriso eu quero.
Na áspera convivência,
é teu sorriso que  eu espero,
é nele que te vejo em flor,
é nele que te amo completo.
Sem mistério, sem razão,
só imagino pra casa voltar
de braços abertos,
com o sorriso esperto
de quem só quer amar,
e te encontrar, contar o dia 
e na mesma cama dormir
com nosso sorriso certo
de quem fez amor e sabe amar,
sem muitas explicações.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Entre tapa e um beijo.

Entre um tapa e um beijo,

Eu prefiro o desejo,

e do ódio a doçura.

Um casal, que é chama,

queima e se encanta,

e na cama é loucura,

E assim vão vivendo,

Só sendo, e querendo,

ser fiel, ser gentil.

e de todo eu sou dela,

meu mundo é o dela,

Onde não sou vazio.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De tantos casos
enquadro-me no caso
em que o acaso me puser...

Utópico, é raro;
Fictício, é fato.

Amante em poesia...

Desnuda...
Em corpo e alma.

-Decifra-me...
Como um delicado desafio
ousa findar em gozo.

-Devora-me...
Como um ávido predador
no ápice do instinto.

Sua serei
em suor e sabor.

Despida em poesia,
essencialmente nua...

Um paradigma em desalento,
tênue como um cristal
a ser delapidado...

Só para você.


Minha Linda

Estou com um caso com a distância,
mas ando com a esperança desse caso findar.
Só para eu ficar com você e dizer,
mansinho, como é gostoso lhe amar.

Estou com caso com outro caso,
pois o acaso já sei de có.
Prefiro um destino raro, guardado
para os corações que vieram do pó.

Estou com um caso escrachado,
safado, assanhado pelo amor.
Vai além do trivial, beijinhos,
romance, desejo em flor.

Estou com saudade do amanhã,
do próximo passo, do meu futuro
caso com você, só pra  voltar a dizer,
sinceramente, como é gostoso lhe ter.

Quatro anos.

Todos os dias quando eu te chamo em pensamento,

logo e sem demora,

como é próprio da correria descompassa da inocência,

sabiamente alheia a toda má sorte de pilhérias adultas,

me vens sorridente,

desconexa e desengonça me abraçar,

e na minha realidade lúdica,

gira e roda, salta e rodopia.

Alegria a torto e à direito,

nos braços de um pai:

que faz-se em ti,

que pula, chora e ri,

correndo hesitante na vida,

tão perto e tão longe,

onde sempre a saudade

entre nós, pareça inexistir.

domingo, 28 de agosto de 2011


Química e história
fantasiando o mesmo enredo.

No amor,
mãos dadas...

Na real,
mãos atadas...

Cabem na mesma frase.
Perdem-se no contexto...

Querida poesia...
Perdi-me entre as linhas
da história da química contemporânea...

Sou réu confesso,
pecadora arredia...

Matei a minha vontade
sem matá-la de verdade.

Um tiro com balas de festim.

E ela ainda vive...

Agonizando...

Vontade que anseia saudade...
Saudade que inspira vontade...

Materializada em poesia,
Imaterializada no ato.

A poesia vai além dos desejos.

sábado, 20 de agosto de 2011

Fluisobre

A Fluidez dos acontecimentos se reflete no dinamismo eternizado da vida, representada nos gestos, nas palavras, e nas concepções, e ocorrem de forma mais intensa e natural, a meu ver: quando opera o acaso,

o destino, o traçado, o feito, o escolhido, o caminho

que todos nós temos.

Já as constâncias dos sentimentos,

Essas não cabem na poesia.

Sobre o inusitado.

La fluidité des événements se reflète dans le dynamisme de la vie perpétuée, des gestesreprésentés, les mots et les conceptions, et se produisent de façon plus intense et naturel, à mon avis: lorsque vous actionnez la chance
la destination, le chemin, fait le choix, le chemin
nous avons tous.
Depuis la constance des sentiments,
Celles-ci ne rentrent pas dans la poésie.


Tão perto, tão leve...

De olhos fechados
ela quase pode imaginar
cada linha escrita
de cada frase não dita.

Um toque no silêncio,
conduzindo-o ao pesar
de versos tão singelos.

“Pecado é lhe deixar de molho”...

Ingenuidade singular...

Palavras que encantam...

Afinidade infinita...

Lugar errado,
hora errada.

Fecha os olhos novamente
e deseja não desejar.

Uma noite seria pouco
para o tanto de vida
a desenredar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

De coração:

Não sei conter desejos, nunca soube.

Brincar com o risco e não queimar-se.

Quereres nas palavras taciturnas e desinocentes.

É como flertar com a carne e não devorá-la, suculenta.

A vida esta noite, talvez sem jogos fosse um pouco melhor.

O único pecado é possuí-la sem tê-la, é senti-la e não degustá-la,

Desejo sempre há, confesso.

Inócuo em cada olhar que não se cruza.

Quadrinhos e economia,
o começo de uma história
sem fim...

Risos e letras,
palavras deslizando entre os dedos.

Quase ganham vida...

Conversas atemporais.

Teço com fios de encanto e sabedoria
a noite que o descortês (o tempo, outrora aliado) consentir...

Conhecer não conhecendo e
olhar sem vê.

Um laço de fita na menina
que é laço de sangue.

Um laço de sangue no pai
que é laço de alma.

Um laço,
porque o nó compromete a beleza e a estrutura...

De pai, de filho, de amizade...

De tantos laços;

Enlaço-me na doçura dessa prosa “sem fins”...

Firme e atemporal...

Como a nossa poesia.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nova saudade

Já que levo comigo mais um amor
assim escrevo sem saber a próxima frase;
assim escrevo um sentimento compartilhado sem frases; 
aqui escrevo o meu eu que se perdeu...  mudo, louco por te sentir
aqui escrevo sem eu onde só existe tu;   fracas palavras que não se faz ouvir
aqui assim tudo é tão meu...
e eu me escondo da nova saudade 
que a pouco zombei por não existir 
assim aqui sou tão ridículo,  insisto
não vivo o que sinto, 
vivo um sorriso da próxima sensação
 um reencontro na alucinação de ser amor a saudade que estará por vir


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entre máscaras e livros, vamos tecendo a nossa história.
Educação de teoria e alfabetização de números.
A Colombina vestiu sua melhor fantasia e a mais vistosa máscara, só pra ver a banda passar...
Mas não passou.
O PISA não passou.
Uma educação que tenta vestir números, medidas e parâmetros mundiais e não impressiona ninguém.
O problema está no verbo. Não é vestir, é investir. Conjugado de qualquer forma, cabe perfeitamente no manequim brasileiro: O danado do “investir”.


E tudo acaba na quarta-feira de cinzas.
Caem as máscaras.
Ficam as cinzas.
Máscaras e fantasias...
PISA para IDH.
PISO para professor.


Que voem confetes e serpentinas no carnaval da educação.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Racionalmente étnico.

Uma cor muda e expressiva. Uma voz estonteante. Alguém consegue ouvi-la. Quem entenderia o grito abstrato de uma cor? As crianças entenderiam... Raça e etnia seria complicado demais para a maioria dos adultos, mas os de pouca idade simplesmente entenderiam. A racionalidade da raça inexistente, no contexto, ou etnia, que seja, perturba-me os sentidos. Minha consciência é negra, é branca, é amarela, é de todas as cores. As cores das minhas atitudes. Não preciso da "isonomia" para saber que somos iguais. Alguns precisam. Precisam de mais do que isso. Uma consciência racionalmente étnica e isonômica, quiçá... Brancos com consciências negras, negros com consciências brancas. E findam em Brasil. Mamelucos, malucos, cafuzos, confusos...IGUAIS.

Opa...mas ainda tenho que responder ao censo e o meu bom senso me pede para ser imparcial...

Sou verde, sou a "meninazinha de olhos verdes", de Mario Quintana:

A Esperança.

sábado, 6 de agosto de 2011

improvisando amor

Como um bicho réi do mato,

Eu como, ou sou um sapo:

Um trapo, sorrateiro todo sem tu toda.

Nua que raia a noite como lua,

e brilha intensa dia-a-dia,

clareando a rudeza de um sol.

Sobressalente aos lençóis

da ternura, e da beleza,

e da loucura,

como se fora um cordel,

que encanta à um canto

qualquer,

de amor.

Dois arco-iris

Dois arco-íris no chão,

e as lembranças são cores,

de águas profundas,

perdidas num tempo,

esquecidas nas horas.

Que vagueiam nas veias noturnas,

perambulam nos nervos sedentos,

e findam por desaguar

nos corações taciturnos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

As bonecas ficaram para trás.
Foram-se cedo demais.


A menina viu-se mulher.


Da inocência na “rua ladrilhada
com pedrinhas de brilhantes”,
para a vida real...


Realidade faz crescer.


Menina madura.


Mulher mais dura.


Dane-se a etimologia.


Mais dura, que seja.


Ainda é cedo para as bonecas.


Elas não dormem.
Nem envelhecem.


- Acomodem-se...


- Fiquem um pouco mais...


Até o escuro passar...


E, outrora,
a luz e a sensatez,
ladrilharem a rua
da vida dela...

Noutro dia

Ao equilibrar-se na desaforra da dor,
no seu vício de amar, dialogas com o fim.
Imaginas no seu eu o instante perto de ti,
pois logo dali vão existir as cenas finais.

Porque sente como se fosse
ao seu prazer sentir tão perto
os talvez das dores secretas,
tão corretas nas loucuras banais...

Encenas ao findar o que nem começou
a não ousar superar as faltas de dengo
ao gritar e fazer pirraça com a própria dor,
ao dançar na embriagues do não me lembro...

Sem querer acordar e pensar no que sente
espera novamente a noite pra esquecer
e lembra de se perder no prazer, quiça,
nos carinhos dum paliativo qualquer.


Bom dia!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Nota

voz
violino
violão

do sol
pra solidão

do pó
pro pó

7 palmos do chão
foi-se na contramão...
7 vidas de só-soli-dão...

sábado, 23 de julho de 2011

Agora,
como um só.

Nossa cama,
Nosso amor

O calor do teu corpo
pesando sobre o meu...

Os carinhos, as carícias...

A falta de pudor...

Somos iguais...

O inacabado que há em você,
completa-me, penetra-me...

Sua menina, sua mulher, sua fêmea...

E, ao cair da noite...

Quando a cama e os lençóis
tornam-se pequenos demais...

Firma-se o nosso pacto.

Somos um.

Em carne.

Literalmente um.

Por alguns instantes,
segundos, minutos...

“[...]Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus[...]”

“[...]Sou igual a você
Eu nasci pra você

Eu não presto[...]”

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Minha Pessoa

Que saudade antecipada da tua chama,

da tua carne quente, da tua alma calma,

da tua calma ardente, e a sua cama nua,

e a lua nova ascende,

e a carne fraca tende,

a te amar demais,

e nunca tanto,

e sempre pouco.

É que sacio tanto,

de te amares tanto,

e encostar-se em pranto,

no teu peito ordeiro,

e faço dele a paz,

que eu sempre busquei em vida.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Na máxima

Tempos atrás, ao sentir, ousei imaginar e contar os sintomas da paixão. Não só os sintomas, mas sua máxima, o ápice da ebulição de sentimentos.
Assim delineei...

A máxima duma paixão seria a embriaguez da alma,
a distorção dos sentidos,
a demasia do prazer;
constituir-se-ia na realização da arte
súbita, surreal, visceral... 
Instintivamente ardente com suor um pouco dormente ao romper antes do fim, seria o gozo cortado ao parar para dormir.

Insana
num sempre querer mais,
num olhar ordenando,
como num sussurro que se contorce sangrando em amar odiando, 
amando odiar o não no sim,
seria o não querer e ficar
ao penetrar mordendo,
ao ferir as costas com os desejos do avesso do amor
ao ferir na carne, no sexo, nos ciúmes de si.

A máxima da paixão seria dolorosa,
masoquista, sádica e infernal,
porém poética no revés do romance do amor brutal.
Faria adoecer, feri, machucaria até a morte na vida sem fim.
E sem ser para todo sempre, adormeceria num delírio de prazer,
num som do amanhecer ao soprar e tilintar mágoas do amanhã.

Seria aquela vida, aquele vício sincrético,
Sem condescendência, doente e sadio:
o começo e o começo do fim...
Teria ao adormecer que se amar,
retrair-se introspectiva,
marginal na força do amor como mediador de mim.

Talvez, nada mais seria do que a coragem dos fracos a esvair-se num conflito por si...

sábado, 16 de julho de 2011

Mandacaru,
chuva no sertão.

Chega água,
chega acalento ao coração.

Quem sobrevive à falta d’ela,
vive a esperança de vê-la chegar...

Formosa como uma flor,
ainda a desabrochar.

O amor é assim...

Sobrevive.

Tem suas reservas.

Raízes profundas.

As folhas caem.

E ali está ele...

Esperando o tempo favorável.

Amor é mandacaru,
 é sertão, é caatinga...

Espera e nunca morre...

A água de viver!


terça-feira, 12 de julho de 2011

Ensaios políticos para chuva

Não sou de esquerda, de centro menos, nunca de direita. Não!

Não sou também bolchevique, Sans-Culottes, menchevique, da gironda ou jacobino.

Muito mais sou Severino, não em morte. Ainda não. Mas em vida, também não sou

seu camarada, companheiro, partidário.

Sou por opção mais bicho, mais animal que racional.

Antes que ser um ser aquilo:

definido e limitado.

prefiro assim,

inacabado...

domingo, 10 de julho de 2011

Dézdossete

Para conquistar uma mulher um homem faz tudo e de tudo.

Se faz herói, valente e corajoso. Mente e se entrega mentindo,

de todas as maneiras e formas, conta todas as ilusões e silêncios.

Canta todas as emoções que não teve, desbrava todos os caminhos que não percorreu.

Derrota todos os inimigos lendários, e é sempre o homem que nunca foi.

Conquistar por felicidade, nunca foi tudo.

Ama-la é bem mais, não é preciso varrer mundos atrás de sonhos,

nem fundos atrás de ganhos.

Para amá-la é só vivê-la, senti-la e respira-la,

Como se cantarolasse em seu corpo,

e enlaçar-se delicadamente nas teias de sua alma.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sem ênes do meu amor

Quis chorar todo demasiado

depois das covardias de nós dois,

mas não chorei.

Engoli e senti as lágrimas descendo,

Chegando à alma, ao natural.

Não na face, tão social.

N'alma lágrimas são mais fáceis de sentir.

Lágrimas talvez derradeiras,

talvez corriqueiras,

talvez de um fim.

Frutos de um tempo,

e um sentimento

que parecem-me já cansados de chorar,

e que de certos

latejarão até que curem,

em ti e em mim.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Meu bem

Você é de encanto e beleza,
fina destreza no jogo de olhar
o que não esconde a fraqueza,
sua terna carência de amar.

Amor difícil, suicida por vício
cio do ócio de nada mais existir
além do seu querer amar em si
além do que se pode esperar...

Aí chora forte, faz um drama
o que engana, gramas de prazer
ao querer e ter dengo, se suave
ao se ver satisfeita, na carne;

Ao reagir naquela saudade
a qual você quer assassinar
longe da desaforra da dor,
mais tarde, quando ele ligar...

domingo, 3 de julho de 2011

De manhã

Depois do amor veio o cansaço,

A dor e a solidão à tira colo.

Com eles vieram também lamúrias,

Tristezas, mazelas do corpo e da alma.

Enfim apareceu o tempo perdido

E as promessas banais deram a cara,

As raivas,

As neuras,

As brigas,

As rugas,

Todas apareceram de vez,

E por vez,

Os sonhos destroçados,

Os planos desfeitos,

Os cabelos brancos.

O fim do mês.

Por desfecho:

Ficou o silêncio,

Atormentador,

Que não se cala,

E se faz grito

De esperança

E consolo,

Aos corações amargurados.

sábado, 2 de julho de 2011

Linda

Se for de reza,
de reza eu sou
Se for de amor,
amor vamos fazer
Se for de briga,
vai-te pra lá!
É que eu não vou brigar
Por causa de você.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A Montanha

Teu ciúme me põe nervoso a pino,

Como num cume montanhoso,

em que o gélido vento,

corta a carne e a esperança.

Teu ciúme me põe queixoso a toda,

Gritos, farpas, gelos, vamos.

Todos cheios de enganos

Todos tão cheios de nós.

Teu ciúme porém

De coisas passadas,

e casos antigos,

que nem sequer

arranham-me mais

são ao fim,

um alento sério,

verdadeiro,

e até cabe em minha canção.

Que te fala ao ouvido,

baixinho também,

só pra ti,

Quão envaideço com ele,

sentido ao inverso,

o sabor da tua paixão.

domingo, 26 de junho de 2011

Amor,

Ele não toca por nada ou do nada.

Ele aflora e toca...
Silencia, suspira e lê.

Ele sente como se fosse pele,
a tua, o teu desejo...

Ele te consome,
te mede em pêlo.
Ele não é assim,
ninguém sabe como é...

Se é um acaso, um caso
se tem ou não valor
Não se sabe
pois não é de amor nem de sofrer.

Ele não toca por nada
ou vem do nada
O que se sente é o que é
Ele, de tudo ou do nada, se mostra
e se denomina prazer.

sábado, 18 de junho de 2011

Laço visível

Toda referência
ou reverência,
à qualquer coisa,
que pode ser notada,
e sentida como uma poesia,
ou um acaso qualquer,
é digna de noite
e de nua se é,
de laço de leite,
de sono e de flerte,
brincado se quer.
Poesia é pra isso,
senão pra qualquer coisa,
unir e enlarçar-se em algo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Laço invisível.

Unidos em palavras.

Poetas desconhecidos
em versos reconhecidos.

É como conhecer a alma
sem nunca tê-la tocado.

Somos poesia.

Nua e sem rosto.

Poetas do (a)casos.

De dores, devaneios, amores...

Um laço. ( o laço é mais nobre que o nó)

Poetas de alma.

Sem tato.

Sem teto.

Só alma.

E a poesia acontece.

quinta-feira, 16 de junho de 2011


Soneto ao Rei dos meus sonhos. (João Artur)

Chamavam rebento.
Esperavam rebentar.
Uma palavra não definiria
o tamanho do amor a desabrochar.

Um pacto:
Para sempre amor.
Um parto:
Sem nenhuma dor.

O grande encontro:
Um “pedaço de mim”.
Como um reencontro:
O meu melhor sim.

É amor materializado.
O melhor “pedaço de mim”.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...