Quarentona

Isolado desse lado de cá
fico eu a cismar sozinho a noite.
Sonhando novas bandeiras p'ro meu lugar.

Entre tantas faltas:
aqueles que não podemos abraçar.
Há sorrisos de velhos e passos de crianças
em tardes de sol e noites sem luar.

Sem entender as estrelas,
saber que a primazia da saudade forçada
é salientar o que resta de nós
e humanizar nossas distâncias.

Dos que nascem e dos que morrem,
quero a melhor lembrança. 
Da menor ausência:
ter paciência, viver um ano de cada vez.
Amar o seus, e nada mais.

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