A existência do amor

A liberdade estar na invenção de si próprio ou na escolha de deixarmos nos levar pelos outros. A escolha é sempre nossa. Escolhemos amar ou não determinada pessoa por aquilo que projetamos pra nós dentro de um mundo projetado por nós. E se sentirmos antes de viver o amor ou qualquer outro sentimento, este morre em si mesmo. O sentimento constrói-se através dos atos praticados; não podemos portando perdi-lhe que nos guie. Sem guia, seguimos nossos instintos? Mesmo sabendo que a angustia precede a atitude e assim, se não agirmos logo, mataremos a poesia na própria palavra. Nas linhas sem prática de se criar o amor singular. Vamos esperar por sinais ou pelo olhar sorrateiro daquela paixão para que possamos construir o amor numa prática afetiva?  Não. Sem acreditarmos na espera, teremos de fato que interpretar os sinais um do outro e co-sentir o amor no outro, nem que seja na aventura de nada saber do futuro que começamos a praticar. Por fim, a escolha é nossa.
 E se ainda cairmos em desapontamento, pois o desamparo e a angústia (ciúme) caminham juntos. A dúvida nos lança por labirintos que de tão retilíneo nos leva ao desespero. Mesmo com a vontade torrencial de nos amarmos, o chão de probabilidades nos confunde e nos faz esquecer o mundo. Fizemos uma escolha. A consciência de tal ato nos desperta, após o amor, e nos lembra a pílula do dia seguinte. Teremos outra escolha?
O acaso nos lança luz sobre o caso. Ao vermos passar um velho solitário, ele nos diz que o melhor é agir sem esperança. Entretanto, no momento, melhor é confiar um no outro e fazer o mundo girar. Ele explica, agir sem esperança não é se acomodar; pelo contrário, é seguir em frente cada vez mais: usufruindo do sentimento de que se pratica; daquilo de que se cuida. Viver assim sem esmorecer, pois o amor, como tudo na vida, não vai vir do céu para nos salvar do mundo e de si.
O velho conclui: cuidado, esse amor de vocês, com o passar do tempo, poderá se transformar só em responsabilidades conferida nas escolhas feitas na pratica de tal ato que hoje vocês chamam de amor. Ah, mas vocês ainda são jovens... Adeus!

Sim. Ainda teremos outras escolhas, entre elas, ouvir ou não o velho ou não confiar no outro, na pratica do sentimento, e morrer em si mesmo, esperar o dia acontecer e a gente dormir.

Comentários

Postagens mais visitadas