Na máxima
Tempos atrás, ao sentir, ousei imaginar e contar os sintomas da paixão. Não só os sintomas, mas sua máxima, o ápice da ebulição de sentimentos.
Assim delineei...
A máxima duma paixão seria a embriaguez da alma,
a distorção dos sentidos,
a demasia do prazer;
constituir-se-ia na realização da arte
súbita, surreal, visceral...
Instintivamente ardente com suor um pouco dormente ao romper antes do fim, seria o gozo cortado ao parar para dormir.
Insana
num sempre querer mais,
num olhar ordenando,
como num sussurro que se contorce sangrando em amar odiando,
amando odiar o não no sim,
amando odiar o não no sim,
seria o não querer e ficar
ao penetrar mordendo,
ao penetrar mordendo,
ao ferir as costas com os desejos do avesso do amor
ao ferir na carne, no sexo, nos ciúmes de si.
A máxima da paixão seria dolorosa,
masoquista, sádica e infernal,
porém poética no revés do romance do amor brutal.
Faria adoecer, feri, machucaria até a morte na vida sem fim.
E sem ser para todo sempre, adormeceria num delírio de prazer,
num som do amanhecer ao soprar e tilintar mágoas do amanhã.
num som do amanhecer ao soprar e tilintar mágoas do amanhã.
Seria aquela vida, aquele vício sincrético,
Sem condescendência, doente e sadio:
o começo e o começo do fim...
Teria ao adormecer que se amar,
retrair-se introspectiva,
marginal na força do amor como mediador de mim.
Talvez, nada mais seria do que a coragem dos fracos a esvair-se num conflito por si...
Comentários
"Instintivamente ardente com suor um pouco dormente ao romper antes do fim, seria o gozo cortado ao parar para dormir."
Deu um show, poeta!
Foi de enrubescer a face.. rs =)
Massa.