O cãosolo (falta do que escrever)

Pediu vodka e sentou-se a mesa,
cigarro, conversa, e fumaça
descreveu para o amigo,
que nem lhe dava tanta atenção
suas dores e seu desatino,
contou da mulher amada,
da vida sofrida,
dos calos nas mãos,
e da esperança finda.
Vodka, cigarro e fumaça.
Dançou com uma rapariga,
disse-lhe as mesma que para o amigo,
essa sim, deu até mais atenção,
contou segredos,
fez promessas a si mesmo, e a ela,
chorou no seu ombro,
acostumado a lágrimas de bêbados.
Vodka cigarro e fumaça,
desceu a rua estreita do bar,
pisou na lama,
sentou-se a calçada,
e contou as mágoas,
(as mesmas que para o amigo),
(as mesmas que para a rapariga),
ao cachorro mais próximo,
este, o observou sem latir,
então o cão, lambendo seu rosto,
naquele momento,
parecia até entender o homem,
mas antes de tentar entender,
(como fizera o amigo, a vodka, o cigarro e a rapariga)
o consolara.