quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O cãosolo

Pediu vodka e sentou-se a mesa,
cigarro, conversa, e fumaça
descreveu para o amigo,
que nem lhe dava tanta atenção
suas dores e seu desatino,
contou da mulher amada,
da vida sofrida,
dos calos nas mãos,
e da esperança finda.

Vodka, cigarro e fumaça.
Dançou com uma moça,
disse-lhe as mesmas que para o amigo,
essa sim, deu até mais atenção.
Contou segredos,
fez promessas a si mesmo e a ela,
chorou no seu ombro,
acostumada estava com as lágrimas de bêbados.

Vodka cigarro e fumaça,
desceu a rua estreita do bar,
pisou na lama,
sentou-se a calçada,
e contou as mágoas
(as mesmas que para o amigo),
(as mesmas que para a moça),
ao cachorro mais próximo,
este, o observou sem latir,
então o cão, lambendo seu rosto,
naquele momento,
parecia até entender,
antes do amigo, da vodka, do cigarro e da moça
e o consolara melhor.

3 comentários:

REAVF disse...

cãosolo..

muito bom..

lembrei C.F.A.

mas no final o seu toque

aquela fina caracteristica..

deu vontade até de escrever...

Pétrig disse...

escreva meu prezado.
mas ainda tô longe do tom, longe da nota certa.

REAVF disse...

E existe nota certa?

Fazemos a nota..

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...