Aos olhos de meia-noite, um Desalento.

Hoje um medo terrível percorreu meus pensamentos. Aquele tipo de medo que enrijece os músculos e faz latejar os ossos. Medo de perder o meu recanto nos teus olhos de meia-noite, medo de que esses mesmos olhos, que me fazem sentir completa, não me enxerguem mais com a mesma ternura. É medo sim, do tipo de medo que só sente quem muito ama. E confesso, melhor seria não te olhar do que ver teus olhos derramarem uma lágrima sequer.
Ver em teu sorriso aquela tristeza lancinante é como se um veneno mordaz corresse em minhas veias, matando-me aos poucos. Percebo quanto mistério ainda guardam esses olhos teus, que habilmente confundem meu tolo coração. Meu peito palpita com uma força que dantes não sabia existir em mim, e dói um medo desesperante.
Meu amigo, meu amor, dói só pensar em te perder. No dia em que tu quiseres partir, com os braços abertos e o coração em sangria, eu te deixarei seguir, mas, nunca, de modo algum, não posso perder-te meu bem. Perder-te seria perder a mim, perder minha leveza, minha capacidade de sorrir. Tu bem sabes que tua presença é imprescindível para mim. Não é novidade para ninguém que meus olhos sempre procuram os teus, onde quer que eu esteja.
Por isso e por tudo o mais que vivemos e ainda iremos viver, peço-te meu bem que não te esqueças que meu amor é muito maior do que a estupidez de meus atos falhos. Aconteça o que acontecer, passe o tempo o tempo que passar, mesmo no dia em que teus lindos olhos de meia-noite não procurarem os meus, eu continuarei aqui, amando-te além de tudo.


Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu chorei
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim
Vai e diz
Diz assim
Como sou
Infeliz
No meu descaminho
Diz que estou sozinho
E sem saber de mim”
(Chico Buarque)

Comentários

Pétrig disse…
meu puxão de orelha deu resultado, tava com saudade, das suas palavras.

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