Um pouco mais de paciência...

“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não pára.”
Ando extremamente cansada da pressa do mundo, desse ritmo frenético do dia-a-dia. Estou farta do barulho incessante das buzinas nos engarrafamentos, da mobilidade apática e desenfreada das pessoas que parecem viver com o “piloto automático” ligado. Todo mundo parece viver para sobreviver ao relógio, sobreviver às cobranças da sociedade e às suas regras seculares.
A cidade parece nunca dormir, com suas luzes que não se apagam, roubando a atenção das pessoas que já não olham pro céu. As pessoas são como as estrelas, olhando-as daqui debaixo parecem todas tão próximas e idênticas. Mas as estrelas estão a anos-luz de distância umas das outras e cada uma possui um brilho diferente. Todo esse tempo acelerado, economicamente cronometrado, afasta-nos de nós mesmos e de quem amamos.
O mundo parece ter data e hora para acabar, uma bomba-relógio prestes a explodir. Parecemos mamulengos desajeitados no teatro do tempo. Estou cansada desse tempo veloz, dos prazos, das datas, dos juros, das horas. Estou cansada, um cansaço que me enfraquece o corpo e apaga meus olhos.
“Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa,a vida é tão rara...”

Comentários

REAVF disse…
Nem sempre foi,
Nem sempre é,
Nem sempre será;
assim.
Um dia já se vai imóvel na caixa, com areias e tijolos um tempo que se precisa de calma;
Um tempo que se precisa de tempo.
Pétrig disse…
Há de se ter esperança nos homens, e no tempo. Não deixe seus olhos fecharem, mostre a eles quem é que manda, e mostre as coisas belas também.
REAVF disse…
mostre poesia no cotidiano...
dos pontos, paradas de ônibus
dos olhares furtivos da pressa sem fim.
Um sentimento constante de não pertencimento ao tempo que se vai..

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