Provei
Provei do teu amor meu bem
Não soube aos poucos aproveitar
Chorei e jurei com o tempo me adaptar
E gozar do amor como ninguém.
Procurei aos cem,
Um amor ideal de sorrir e ser feliz.
Desses que se ouve falar
Mas meu passo não condiz:
Nunca mais vi em um beijo
A não ser o desejo de usufruir e amar
Nunca mais senti apego
A não ser pelo apelo de um corpo gozar.
Encontrei aos cem, noites longas e apaixonadas
Mas não daquelas parcas que não querem acabar,
Foram noites quentes de mentiras sedutoras,
Tão verdadeiras que naquela noite já fora;
Amor sem harmonia, nem feitio de paixão;
Não tinha samba nem clarinetes, ciúmes;
Sorvetes, carinho e coração.
Enfim, o amor não era assim.
Provei meu bem, de tantos amores como ninguém
Amei, mas não soube do amor aproveitar
Eu sei que queria era procurar do amor algo que ninguém tem:
Queria do amor só efeito de amar.
Amei meu bem e como você nunca mais vou amar ninguém.
Provei no teu amor a impossibilidade de amar.
Comentários
Tão verdadeiras que naquela noite já fora"
Ual!
Do amor todo amargor que ele tem
Então jurei
Nunca mais amar ninguém
Porém, eu agora encontrei alguém
Que me compreende
E que me quer bem
Nunca se deve jurar
Não mais amar a ninguém
Não há quem possa evitar
De se apaixonar por alguém
Quem fala mal do amor
Não sabe a vida levar
Pois quem maldiz a própria dor
Tem amor mas não sabe amar"
Noel Rosa
Palavras belas e tristes, mas como a vida nem sempre (ou quase nunca) é um conto de fadas com final feliz não cabe entregarmos nas mãos dos poemas essa missão quase impossível do "felizes para sempre". Repito: belas palavras.