Onde a minha noite termina.

Quando eu não me importava com mais nada
e minha vida era somente beber as noites das minhas loucuras
foi quando eu vi pela segunda vez os teus olhos de menino
que diziam ser a minha cura.
Mas de nada valeria eu tentar ou sintonizar;
minha alma já está tão entranhada no gozar dos prazeres
que seria por nada tentar reduzir meus infinitos quereres
à olhares
à apegos.
Teu querer me faz viva, como à querer outros
como ter outros.
Fico pensando que te ter, te sentir, te amar
poderia se tornar banal, pois tenho, sinto e amo à tantos outros,
mas é justamente por me encantar à cada nova pele
que acho única cada uma das minhas paixões.
Não desejo te ter aos poucos e pouco.
Insistir até deixar rouco nosso relacionamento já gasto
já descompassado, nosso caso mal amado.
Observar, sozinha, as pessoas nesse bar
a fumaça que se esvai
o desejo que ainda se abstrai;
lembrar do garoto que quis e não soube
o outro que soube mas não quis
o outro que tive e não soube ter...

Vês?
Já percebi há muito, mas continuo perdida
entre os mesmos bares de esquina.

Comentários

Pétrig disse…
"mas é justamente por me encantar à cada nova pele
que acho única cada uma das minhas paixões."

Adorei isso Joana..
bj
Patrícia disse…
Ah esses bares do Benfica!!!!! Quantos pensamentos já perpassaram aquelas mesas...

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