terça-feira, 23 de novembro de 2010

Contratempo.

Procuro nos velhos cadernos
mas lá tudo é concreto
e é certo, algo se perdeu.

Por hora, nada passar por aqui
nem o tempo teve tempo de vim,
só o relógio insiste em rodar
- Ele conta números convexos que de tontos não saem, nem buscam somar.

Procuro nos velhos cadernos
porque agora tudo é demais
forte, intenso e complexo
como na rede que se faz amor
- Interligado, conectado, simbioticamente fugaz.

Procuro nos velhos cadernos
morosamente, pra chegar, viver, sentir
e passar. Sem esperar o tempo vim
ou o relógio, sem lógica, parar.




Um comentário:

Pétrig disse...

vejo que não perdeu a mão, poeta.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...