O que você está pensando agora?
Chegou em casa, acendeu as luzes, jogou a bolsa e as chaves em cima do sofá rasgado e subiu as escadas em direção ao quarto. No banheiro, durante o banho, deixou as gotas caírem lentas, lavando os pensamentos, refrescando a cabeça cansada. Esperava que aquela angústia descesse pelo ralo juntamente com a água do chuveiro. Ainda enrolada na toalha deitou-se na cama e olhou pela janela... E então como um vendaval que invadisse o quarto sua lembranças vieram à tona.
Lembrou-se do quarto do hotel, o ventilador pequeno na mesinha ao lado da cama, as embalagens diversas espalhadas pelo chão, os lençóis em desalinho. Onde estariam suas roupas? Decerto embaixo da cama ou na cômoda ao lado do armário sem portas, mas isso não importa. Apenas uma janela por onde entrava um vento quente que deixava o quarto abafado e confuso, mas não importa.
Somente a luz do banheiro acesa dissipava o breu do quarto. Só se podia saber em que parte do dia estavam quando alguns raios de sol entravam ou fugiam pelas venezianas brancas da janela. Às vezes o barulho da televisão que mesmo em alto volume não se fazia escutar, mesmo em horário nobre não se fazia assistir.
Lá fora praia, bares, cafés, amigos... mas isso não importa. Uma vontade intensa de não sair dali, ficar assim mesmo no calor, ouvindo o violão, sentindo o cheiro de pepino e chá verde, descobrindo a pele, provando aquele sabor de vida, deixando os sussurros abafarem o som da tv, deixando o suor umedecer o ar quente daquele quarto de hotel. Isso importava, queria isso, agora, ele.
Lembrou seus lindos olhos castanhos, passara muito tempo mergulhada naquele castanho-mistério-que-você-nem-sonha-nem-sabe. Os dedos entre os cabelos molhados, lavados sem shampoo, as sardas maliciosamente espalhadas pelos ombros de pele branca. Os beijos distribuídos naquele exato lugar onde acaba o pescoço e começa o ombro. Lembrou do abraço forte e doce, a barba mal feita passeando pela a nuca, as mãos suaves e quentes, a voz ao pé do ouvido, o riso frouxo quando diziam alguma besteira...
E nesse instante de lembrar-o-que-não-se-esquece que durou uma fração de segundo e uma eternidade, ela chegou a senti-lo ali deitado a seu lado e dentro de seu devaneio chegou a ouvir aquela mesma pergunta que ouvira durante dias... “O que você está pensando agora?”
Lembrou-se do quarto do hotel, o ventilador pequeno na mesinha ao lado da cama, as embalagens diversas espalhadas pelo chão, os lençóis em desalinho. Onde estariam suas roupas? Decerto embaixo da cama ou na cômoda ao lado do armário sem portas, mas isso não importa. Apenas uma janela por onde entrava um vento quente que deixava o quarto abafado e confuso, mas não importa.
Somente a luz do banheiro acesa dissipava o breu do quarto. Só se podia saber em que parte do dia estavam quando alguns raios de sol entravam ou fugiam pelas venezianas brancas da janela. Às vezes o barulho da televisão que mesmo em alto volume não se fazia escutar, mesmo em horário nobre não se fazia assistir.
Lá fora praia, bares, cafés, amigos... mas isso não importa. Uma vontade intensa de não sair dali, ficar assim mesmo no calor, ouvindo o violão, sentindo o cheiro de pepino e chá verde, descobrindo a pele, provando aquele sabor de vida, deixando os sussurros abafarem o som da tv, deixando o suor umedecer o ar quente daquele quarto de hotel. Isso importava, queria isso, agora, ele.
Lembrou seus lindos olhos castanhos, passara muito tempo mergulhada naquele castanho-mistério-que-você-nem-sonha-nem-sabe. Os dedos entre os cabelos molhados, lavados sem shampoo, as sardas maliciosamente espalhadas pelos ombros de pele branca. Os beijos distribuídos naquele exato lugar onde acaba o pescoço e começa o ombro. Lembrou do abraço forte e doce, a barba mal feita passeando pela a nuca, as mãos suaves e quentes, a voz ao pé do ouvido, o riso frouxo quando diziam alguma besteira...
E nesse instante de lembrar-o-que-não-se-esquece que durou uma fração de segundo e uma eternidade, ela chegou a senti-lo ali deitado a seu lado e dentro de seu devaneio chegou a ouvir aquela mesma pergunta que ouvira durante dias... “O que você está pensando agora?”
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