Tempo, temo, te amo

Temo morrer sem tempo
Te amo e morro por ter
de esperar por dentro
e ir embora por fora
daquilo que guardo.

Temo, te amo e não prático o amor suicida
que se gasta na memória;
nos sonhos mais infames;
nas noites impróprias.

Te amo nas noites
que marcam e passam
Como a vida que se esvai...

Pouco a pouco,
como aquele amor,
temo mais um pouco
não amar mais nada
e esperar dissolver as migalhas
daquilo que não digeri.

Temo e te amo,
o que não quer dizer nada
quando o tempo desaba,
sem deixar vestígios
da vida que passou.

Comentários

Pétrig disse…
fazia tempo que não lia,
nem comentava,
nem sei porque,
acho que estava sem tempo.
vejo que não perdeu a mão.

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