Tempo, temo, te amo
Temo morrer sem tempo
Te amo e morro por ter
de esperar por dentro
e ir embora por fora
daquilo que guardo.
Temo, te amo e não prático o amor suicida
que se gasta na memória;
nos sonhos mais infames;
nas noites impróprias.
Te amo nas noites
que marcam e passam
Como a vida que se esvai...
Pouco a pouco,
como aquele amor,
temo mais um pouco
não amar mais nada
e esperar dissolver as migalhas
daquilo que não digeri.
Temo e te amo,
o que não quer dizer nada
quando o tempo desaba,
sem deixar vestígios
da vida que passou.
Comentários
nem comentava,
nem sei porque,
acho que estava sem tempo.
vejo que não perdeu a mão.