domingo, 12 de novembro de 2017

Tenho dito.

Não vou ficar pagando pra quem não vale o que acha que é

Não vou ficar cobrando aquilo que não cabe a mim

Não vamos fazer cena nem especular um qualquer

Deixa, deixa, já deixa fluir

Passa, se passa, deixa passar

É na embriaguez que sai toda a filosofia de um sacana
Já o susto dos espectadores rende um riso cínico
de quem não se importa ou está alheio ao que não é umbigo.

E ficamos aqui de acordo, porque errado ou certo, as decisões já foram feitas bem antes do amanhecer.

Levar para casa é mais difícil

Uma noite é diversão

Deixa, deixa, já deixa fluir

Passa, se passa, deixa passar
Decidido!

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Da dor.

Do teu jeito de me deixa livre, achei-me poeta do novo.
Do novo que sempre vem.
Do que foi.
Do que é agora
Dá lágrima compartilhada.
Do que não era.
Da dor,
Da cabeça
Do coração. Juntos, iguais e fatores, e ais. 

sábado, 24 de junho de 2017

Te encontro

Carlos, não se mate
sem um cheque
ou sem um malte
sem um Jorge
Quem sabe
a sorte
dessa saudade
de te encontrar

Por ai.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Nem título tinha

Teve uma poesia
que eu não escrevi.
ela veio e foi-se tão
assim,
que nem rima teve! 
foi tão
breve,
que ninguém leu.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Desejo


Minha mente mente.

Sobre mim o desejo
O desejo que omito.

Angustia minha
Sinto sinos e sirenes
Ressoa claramente
O desejo que minto.

Se faz vida em mim
Movimento o mar
Eu procuro a ti
Ou desejo saciar?

Mente mente
Claramente
Ao desejar
Mas não deseja
a mente
o desejo sufocar?

Mentira.
A dieta deve continuar...




domingo, 14 de maio de 2017

Confissão


Não há mais poesia em meu mundo
Percebo ou não claramente o que há
Rima talvez saberei por um segundo
Mas poesia não são segundos à rimar

Não verso eu mais sobre o amor
Meu mundo tornou-se bem maior
São coisas que não me deixam só
São visões que me levam ao pavor

São coisas que não me impedem de amar
Um amor que não é desejo de possuir
É um amor que deseja, quiça, construir
Um lugar livre onde todos possam ficar

Pois existem forças que agem
Com sede de lucro e poder 
Tornando falsa a liberdade
Falsas as formas de combater

Há muita tragédia no mundo:
choro, labuta e suor.
Um trabalho sem rumo,
cada dia pior...
Um trabalho imundo,
muito sangue, muitos tiros
muitos nós...

A tragédia passa ao lado, a espreitar a porta
Não deixo que entre, não aceito curva torta.
Existem muitas forças no mundo, talvez eu
Eu não possa evitar... A morte chega em
segundos, notícia velha em meu celular.




quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Pré




Calmaria de verão
                         com gotas de suor
                                               numa alta umidade na flor
febre no coração,                                                                            carnaval em Fortaleza,
                                                          o som da nossa canção  tocou

Alegria... 
Uma harmonia eterna
                                                                                                                 cultivada no sal dessa terra
                                                         ou seria na saudade do amor

Saberia

que suas fantasias passaram
e muito mais  que fevereiro 
a vida  foi o que ficou



domingo, 22 de janeiro de 2017

Heresia

A solidão da vida é um vento leve
que sopra nos cabelos da gente,
uma brisa rápida e fria, um galho
o nariz de um boneco de neve,

A solidão da casa é um redemoinho,
que gira a cabeça da gente,
como um leite morno de tarde,
um cigarro apagado no caminho,

A solidão do dia, é um domingo inteiro
que coça as costas da gente, direto
um espelho torto, o palhaço triste
um caminhar inquieto, diferente, sorrateiro,

A solidão é de todas as horas, a mais cruel
que arranca a gente de si mesmo,
e nos dá um pé na bunda
uma viola muda, ensimesmada, infiel.

A solidão é a praga, a peste, o cavaleiro do apocalipse
que invade o lar e derruba o muro das certezas,
a condição extrema da não convicção,
é a morte de perto, o esconder do sol, o eclipse.

A solidão é a sujeira debaixo dos panos, é a não poesia,
que não expressa, não rima, não letra,
é o pecado sem graça, a estrutura sombria,

é a falta do divino, e de si em si mesmo, a heresia. 

domingo, 15 de janeiro de 2017

Senão agora

Certo dia disseste que não lerias mais o que escrevo, e assim não poderia mais ver como andaria minha vida. Os meu casos cotidianos. Melhor assim, te pouparia aperreios e lamurias vitimadas.
Não verias tu, a dor que sinto na ausência insuportável das horas.
Não verias a sala vazia, o prato solitário a mesa, os cigarros, a bebida.
Tu não terias que ver também as poesias ruins, os dias de chuva, as noites solitárias.
Tu não perderias teu tempo com quartos escuros, quintais sem vida, e muita fumaça.

Ah não, tu não não saberia das tristes leituras, do desespero e do choro lamentoso.
Não precisaria sentir a falta de perspectiva, e a morte da esperança que se abateu.
Não, tu não ias ter que ouvir nas entrelinhas das minhas linhas, as palavras ferozes que um dia sussurrei em teu nome, o tanto que não maldisse meu sentimento.

Ainda bem que não lês mais, prefiro que guarde só as palavras boas,
das quais me orgulhava escrever...
que se por um lado eram raras,
por outro eram de um sentimento que nunca deixou de acontecer em mim,
Senão, agora!

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...