Confissão


Não há mais poesia em meu mundo
Percebo ou não claramente o que há
Rima talvez saberei por um segundo
Mas poesia não são segundos à rimar

Não verso eu mais sobre o amor
Meu mundo tornou-se bem maior
São coisas que não me deixam só
São visões que me levam ao pavor

São coisas que não me impedem de amar
Um amor que não é desejo de possuir
É um amor que deseja, quiça, construir
Um lugar livre onde todos possam ficar

Pois existem forças que agem
Com sede de lucro e poder 
Tornando falsa a liberdade
Falsas as formas de combater

Há muita tragédia no mundo:
choro, labuta e suor.
Um trabalho sem rumo,
cada dia pior...
Um trabalho imundo,
muito sangue, muitos tiros
muitos nós...

A tragédia passa ao lado, a espreitar a porta
Não deixo que entre, não aceito curva torta.
Existem muitas forças no mundo, talvez eu
Eu não possa evitar... A morte chega em
segundos, notícia velha em meu celular.




Comentários

Pétrig disse…
uma inspiração que eu dispenso, árduo parto da beleza mórbida das letras se ajuntando no funeral da tua confissão.

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