segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

No outro dia.

Como descrever o meu olhar quando ele é triste?
Sem brilho, vago, sem vaga, morto!
Como dormir pesadelo à noite e acordar poesia de manha?
Tal qual estrela quando é dia, raiando toda a energia, onde repousa meu pesar!

Não dá. Melhor não fazer nada,
é só o tempo acomodando uma mágoa.
Fazendo seu trabalho. 

Deixe-o passar, é inútil interferir no tempo das coisas,
e a angústia agora, parece mais o refinamento do importa-se!
Nem um grão é tempestade, nem o sopro é furacão,
mas teus ventos, teus ventos? Ah, esses sim reviram tudo quando passam!

E no outro dia, toda a casa é rude como caça, e soa torta como um não.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Mapa astral

Não é que a cigana tenha acertado,
é que, sabendo da profecia,
a moça se permitia a fazer tudo para realizá-la.
É como aqueles que acreditam em horóscopo,
cometem os erros e justificam:
a culpa é do meu signo,
o alinhamento de Vênus,
 e o cu de Saturno.

Só podia dar merda, te juro!

alguens

Eu me permito,
 migrar constantemente dos sentimentos,
coisa e casos afins, assim... sem menos, nem mais, nem porquês ?
só sims, ou poraquês... por ai, quaisquer!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Inevitável

Amava tanto, dizia ele aos quatro cantos.
Era todo encantado, fazia mil por ela e mais um tudo.
Queria demais na eternidade rodeá-la, queria.
Tanto e tonto, que sufocava,
espremia adjunto, e tirava o ar da própria gaiola.
Na redoma a tortura aliviada.
Veio o fim, a revolta, e a volta.
Ele, inocente ou com medo
exigiu mais amor e cuidado,
e sem de fato, abrir as grades da prisão,
perdeu-a para sempre.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Amadores



Só amadorismo há na nossa poesia,
Acaso não percebeste? Não há tecnicismos na nossa rima.
Não somos profissionais da métrica. 
Há somente amadores, 
das dores e prazeres de todo dia.

domingo, 10 de novembro de 2013

Vem!

Ora direis: ouvi fardos!
Lamúrias mil, inquietações talvez.
Fardas, desejos, e tentações...
Ouvi tudo, quieto,
o que mais os ouvidos possam ouvir, ouvi!

E vi, aquilo que era só sentir, incalculável. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Intriga

é a rima, figura no pote
a menina da esquina,
o tocador de viola com calo na mão.

é a sina, os lábios cortado,
o copo quebrado,
o desejo embutido no teu coração.

hoje eu não quero mais falar
seria bem pior do que mentir
deixe o meu corpo te mostrar
o que  o teu corpo quer ouvir.

Imagina, o espelho corado
o sangue do lado
meus olhos nos teus em transformação .

é só cisma, coisa escassa
ciúme no peito
desejo guardado esvaindo-se em desilusão.

é a vida, o corpo fechado 
meus olhos cerrados
mentira descalça pedindo perdão.

13/07/2008

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O nó é mais firme que o laço.
O laço é mais delicado que o nó.
Tentando desatar-se, aquele, pode apertar demais...e cegar!
Já este, desvencilha-se como num desfecho de conto... um desenlace!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Creia



Não quero de modo algum de atingir
nem fugir das minhas próprias sensações;
mas, se palavras são navalhas, faço silêncio,
não sou eu que vou lhe ferir.

Logo, deixe-me assim como se deve,
cabeça a mil num sorriso leve.
Eu não posso lhe seguir, não.

Já coisas de amor eu não posso entender,
pois, na prática, não cabe à filosofia.

E se me perguntar pelo amanhã,
só posso dar-lhe uma abraço
e, talvez, falar de um novo dia.

Um novo dia que eu não sonhei
na noite em que dormi.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Parque ecológico.

Embarga, desembarga!
Elimina a liminar!
Pêia! Chama a pol... a guar...!
Chama o ladrão Chico!
Chico? Corre que O cocó tá caindo!

Poesia cotidiana.


Quero morrer sufocado num beijo seu,
Árduo e continuo, que pode até ser no nariz.
Um estalo, ou onomatopeia qualquer que rimaria aqui fácil.
Com teu beijo velho e insalivar, que mata e sufoca-me, quero apaixonado perecer.  Assim! Desaparecer cheio de planos ao teu lado, e só ir.
Sim vagarei, penarei como alma a eternidade, recordando póstumo e feliz quiçá,

a vida que vivi contigo, e os prazeres que passei do lado teu.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

De leve

Ah, eu estou apaixonado,
a cada dia e a cada horário.

por aquela que fica 
por aquela que passa,
pela vida.

Porém, me desculpe,
mas que coisa linda
é a mulher de atitude.

chega, estremece
deixa bambo 
faz pensar, meio malandro.

No entanto, nesse arranjo,
ela sabe para onde ir.
Chega no jeito,
faz aconchego antes de partir.







domingo, 7 de julho de 2013

Mergulhos

Já gastei tantas palavras e de fato nada dizendo que hoje quero gritar tantas coisas que nem lembro. São coisas sobre o mundo, a vida e, sobretudo, o amor. Porém, nos rearranjos que passo, eu sigo num barco navegando num imenso mar. Hora metáforas, muito embora palavras no silêncio de uma manifestação. Os açoites e as carícias constituíram um ser além das feições. Apesar de compartilhar convosco, sou eu quem ouve, depois de pronto, o meu recado escancarado num mural virtual. E o prazer que sinto em saber que a mentira do poema é a verdade que busco diante de mim, traz-me satisfação. Porque, na verdade, eu busco preencher as palavras com os sentimentos ininteligíveis, e a merda é que escrever é uma racionalização. Na verdade, esse imenso mar que navego, no qual posso me afogar, é só a superfície de todas as maravilhas das quais eu posso encontrar.

Ah, viver na superfície para ser visto é a mentira sistemática do mundo. Ou se  mergulha ou o  eu é só o  que existe. Viver é muito mais do que ser prático...  é   ir até onde acaba o fôlego, gritar e não conseguir; é voltar pedindo ajuda ou não, pegar ar e seguir novamente em busca. Viver não é material, o material é perecível. A vida, apesar de momentânea, é eterna. Algo raro como um amor solidificado. Acho que vivemos ¼ de toda nossa existência por que compartimentamos tudo. Dizem: esse é o momento, quando na verdade só é a oportunidade. E a oportunidade de mergulhar, se conseguirmos, tem de ser agarrada com todo o fôlego do ser, porque mergulhar é maravilhoso, entretanto alerto: perigoso é emergir.

Viver não é fácil e não é para todos. Para estes que não conseguem inventaram os espetáculos e os espetaculares. São projeções de vida e de seres. Também inventaram a mentira e a arte, não a mentira do sistema (onde possa ser verdade) como afirma Pessoa, “mas a verdade de um poema ou de uma novela - verdade em saber que é mentira, e assim não mentir.”. Deixamos cada qual com o que o corpo suporta (pois a alma suporta tudo, o corpo é que não resiste), cada qual com o seu fôlego de vida. Mas que estes não venham limitar quem almeja águas mais profundas. E que estes saibam respeitar a partida e o retorno dos mergulhadores.

Ao mergulhar em busca do amor
Toda as vezes faltou-me ar
Sempre o  dito afogou-se
E eu emergi trazendo marcas
De um amor que pensei que fosse. 


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Desejo e fantasia
embalados em minutos.

Minutos disfarçados de segundos.

Segundos maratonistas
aliados ao tempo
tramando um despertar desagradável...


Um ar distinto
contrariava a natureza...


Possuidor de cheiro e cor...

Foi instinto e só.

O cheiro, a cor, o vento, o tempo...

Uma conspiração sem fim.

Você estava lá.

Eu estava lá.

Desejando não desejar...

E desencantadoramente...

O cliente, o sorriso, a fila, o olhar, o caixa, as palavras sem ensaio...

O despertar!

sábado, 15 de junho de 2013

Milho.

Me melhorar
não é questão de ser,
é de sentir,
pois sem ti,
não sei ser melhor que uma espiga
um espantalho,
que espanta o medo,
e com medo do que virá,
de ficar sem êne nenhum,
do meu amor, será! ?
São:  Joãos! todos por ti!

terça-feira, 11 de junho de 2013

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dispersão

Nego
o ego
que fere.
Ergo-me!

Ao dormir,
 não sonho,
esqueço.
Quando acordo,
 esmoreço.

Ah, a vida é ação.
Não, não decepe
Ação.
Corra cora
Ação.

 Ali,
 vivi-se sem mandar recado
Aqui,
jaz um sonho decapitado...

Atirando-me
me tira
de toda mentira
que se faz ilusão.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Encontro em Sampa



Veloso: "o sol se reparte em crimes
espaçonaves, guerrilhas
em cardinales bonitas
Eu vou..."

Bel:  "Veloso o sol não é tao bonito pra quem vem
do norte e vai viver na rua
A noite fria me ensinou a amar mais o meu dia
e pela dor eu descobri o poder da alegria"

Veloso: "ela pensa em casamento
e eu nunca mais fui à escola
sem lenço e sem documento,
Eu vou..".

Bel: "em cada esquina que eu passava
um guarda me parava, pedia os meus documentos e depois
sorria, examinando o três-por-quatro da fotografia
e estranhando o nome do lugar de onde eu vinha."

Veloso: "por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não.."

Bel: "a minha história é ... talvez
é talvez igual a tua, jovem que desceu do norte
que no sul viveu na rua
e que ficou desnorteado, como é comum no seu tempo
e que ficou desapontado, como é comum no seu tempo
e que ficou apaixonado e violento como, como você
Eu sou como você. Eu sou como você. Eu sou como você
que me ouve agora."

Veloso: "Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não..."

sábado, 18 de maio de 2013

O contrário de lágrima


Se saudade fosse um nome,
teu sorriso seria solidão.
E meu corpo velado, seria só
um tumulo daquilo que não fui.
Amor medi-se também em ausência, e em sonho.
Mas sobretudo no que virá!
No por vir natural da mudança!
Sou eterno seu, serei sempre.
Sinto as vezes que não vivo,
só sopro sofia!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Delírio..


Devaneios na vontade de acordar
Fico na vontade de sair
Nascer, quiçá, outra vez e
Gritar sem o mundo me ouvir.

Entoar canções de amor
Andar, talvez, por aí
Dançar no limite, cair.

Seja, porém, como for...

Levantar, ficar e seguir
Entoar canções de amor
Conhecer no mesmo calor
Dos anseios que sinto por ti.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Como Dizia o Poeta: curta!


Em quem busca tomar sempre doses diárias de alegria, um inevitável sentimento de tristeza percorre as veias. É algo insolúvel que transita a vida, quase agonia ocasionada por decisões alheias, as quais nos rasgam no leito, sempre antes de dormir.  Por isso, te digo, a felicidade é uma questão de jeito. Dorme direito! De todas as escolhas certas e ainda imperfeitas, as consequências são as provas de que vivemos intensamente e a cada dia mais, pois acumulamos, no corpo, sentimentos. Já com algumas escolhas erradas e perfeitas, de novas experiências a alma corre atrás.  Não como o tempo que corre em sua própria loucura, se dizendo razão, mas nos afetos que fere e cura o nosso corpo são. Eu sei que não é fácil, mas temos que nos reinventar, sobretudo, amar o desconhecido, pois o que já vivemos está inscrito e, mesmo se quiséssemos esquecer, levamos. Então, se amas, não ame as lembranças e o que passou, ame a saudade e o que se pode inventar no amor. A saudade é o presente de quem vai em frente e não tem medo de sofrer. Aos que não tiveram escolha e seguiram, lembre-se do poeta e o que ele disse: porque “quem já passou por essa vida e não viveu 
                    pode ser mais, mas sabe menos do que eu 
                            porque a vida só se dá pra quem se deu
                                           pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu.
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não”

segunda-feira, 15 de abril de 2013

30


Não, não tinha mais letra.
Era até mais racional.
Não tinha mais rima,
menos dado a sentimentos,
e mais a sentir, 
Não tinha nada.
A poesia era muda, mudada.
Escusa e opaca.
A vida era só, vivida!
E os sonhos, sonhados!
Atropelados sem ensaio,
Sem anseios, vivenciados,
a revelia das certezas todas.
Nada tinha e tinha trinta,
um acumulado de dúvidas,
conquistas, sim tinha.
Se tinha, as vezes sem tinta, 
nem caneta e sequer, um papel.
Desenhado por ele mesmo,
n’um monocromático eu,
seriamente sisudo,
e se formando capaz.
Integrado, e alheio,
disperso, e atento:
Escrever...não é só bater na porta,
é antes construir a casa,
pôr parede, piso e teto.
É ser redentor de si mesmo,
Carismático e a si próprio, solidário.
é senão, apreciar-se sozinho,
incólume de vós.
Esquecido e a sós,
para amar-se sem pressa,
e silencioso, se enxergar melhor,
melhorado,  e talvez até pronto,
para mais trinta.

domingo, 14 de abril de 2013

Desenho

Lembro dos detalhes de nossa ilusão,
os planos saborosos,
  o gosto do nosso amanhã
de manhã, ao acordar
à noite, sem dormir.

Lembro e não consigo chorar
porque amar é rememorar o amor.
Assim, vejo ainda o desenho dos coqueiros
na parede daquele quarto, na leitura dos nossos desejos.

Lembro que  te ofereci o paraíso.
Ah, eu lembro,  soubemos  viver e sonhar...
Fizemos o nosso carnaval...
A festa era o encontro e,
um pouco antes da despedida,
 o encontro era nossa vida.

Ah, guardo em mim todos os carinhos e sonhos,
mesmo quando eu aparentar esquecimento,
eu sou o próprio sentimento que  a realidade
não ousa vencer.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O amor nunca anda só

Amor sofrido calejado esquisito
sempre vem com os amigos
se dizendo do amor teu;

Traz-me o ciúme e o medo
a euforia e o desespero.

Ainda vem com aquela tórrida paixão
de começo e aquela grande dor do fim.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Minha poesia que não grito


Amanhece em mim, algo mesmo.
Algo claro, que até finda comum:
N'uma coisa pura, que não sou! Sim sou.
Calmo e menos mudo, ameno como um gênio,
que da lâmpada ilumina só os desejos vãos,
e mescla fazer algo  com a realidade.  
Amargura e mel, doce e perguntas!
E respostas, e crenças, e coisas, na testa. Na cara!
Incrédula, tu crês, e no meu corpo, é soberana.
Rainha que atropela, e extrapola os sinais vermelhos.
Verdes, que coçam!  A caspa, e cospem camelos.
Não, à uma ilusão infantil e infante,
Sim ao romance dezenovista, romântico, a saudade, ao tesão.
Ao rever Paris, a meia noite...
Não, não são três os desejos  São todos,
e não devem limitar-se a tese do porvir: um numero quissá!
È só a vida, somos nós, e ponto, como um eu te amo que nunca dizes. ...
Mais qualitativo, menos teoria, pratica, dia-a-dia, 
do erro, da dor e do enfim, acerto que somos nós dois. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

"O que me interessa nem sempre é o que me importa".

(Paul Valéry)
Meio subitamente, desperta. Queremos tudo de uma só vez. Tudo que foi procrastinado se não for feito no despertar adormece nos sonhos.

terça-feira, 5 de março de 2013

Deus, entre a primeira pessoa singular e plural

A poesia ria-se toda da minha total ignorância. Quando eu pensava falar do mundo ao falar das minhas lembranças, das experiências vividas com  as descobertas de criança.Um tanto moderno, maravilhado e tal, eu era Quixote me imaginando Cabral.  Tornei-me Europeu em plena forma e maturidade, esquadrinhado no espaço, medido por partes, contando as horas no pulso que arde pela marca das esporas que outrora foram descobertas por mim.

A poesia ria de si como num verso de leveza. Fez vida ao fluir com tamanha destreza que a ignorância conhecida transformou-se em beleza. Porque, como seja, com toda maturidade do mundo e com toda grade de tempo, só lamento, cada lugar no espaço é o centro da gota da gota que corre no tempo infindo da existência do amor. Pois, fora isso, a matéria só existe aqui, e, como eu já havia dito o amor é imortal, atemporal, desconhecedor das leis da física. Ou não. O amor é a física meta mais moderna e asceta das descobertas feitas por nós.

A poesia ria-se ao fluir o sentimento. A dúvida, o medo, a falta de esclarecimento causa a angustia que nos faz navegar. Temos fé. Sair daqui e ir pra acolá, já que sabemos que o esclarecido dorme com o perigo, pois as luzes tiram um pouco da imaginação dada pela escuridão. Eles não conseguem ver as estrelas e morrem em si mesmo com toda a clareza que precisam para viver. Deus, faça que eu conquiste o suficiente de luz para que eu possa trilhar o meu caminho sem muito ofender a toda parte que não sou eu. Façamos...



domingo, 3 de março de 2013

Déjà vu n'est pas important de voir



Quando o barulho é silêncio,
a linguagem é um vício trivial e blasé. 

Ouça o grito,
as rimas  nada dizem.  
Não querem dizer
a angústia que persiste
no movimento de ser
a poesia enésima
o denominador comum
a condição humana
entre o sentimento de qualquer um.

Trivial e blasé
antes de tudo
fome e comer.
Antes de tudo
poder.

Curta .


Estando pronta ou não
aqui vai a poesia:
seca e detalhada, sem ranhura.
Métrica e rima ficam para depois,
que atrás do sentimento, vem gente!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Enigmático 1


Uma promessa de fuga que não se cumpre:
noturna e de capcioso silêncio,
esconde e entrega anseios
e acaba afobando a força, o existir.
Forçando um elo novo, um novo elo com o ser.
E com a alegria, surge uma forca mista de alento e erro,
que acerta e alivia os compassos da razão cansada,
e rompe intempérie, as páginas da história!
De fato a vida segue, e a paixão, sim, é a mesma.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sotaque


Eu amo à distancia
morro na proximidade
morro assim de felicidade.

Amor de perto é carne
que arde do sol que bate no lindo corpo teu.
E vai temperando com o sotaque todo o amor meu.

Eu amo na proximidade,
pois morro com a distância
morrendo assim de esperança
do amor ao longe aumentar
com o tempero da saudade
que bate por todo corpo meu
como uma febre de amor
de quem provou
de quem amou o sotaque teu.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...