30


Não, não tinha mais letra.
Era até mais racional.
Não tinha mais rima,
menos dado a sentimentos,
e mais a sentir, 
Não tinha nada.
A poesia era muda, mudada.
Escusa e opaca.
A vida era só, vivida!
E os sonhos, sonhados!
Atropelados sem ensaio,
Sem anseios, vivenciados,
a revelia das certezas todas.
Nada tinha e tinha trinta,
um acumulado de dúvidas,
conquistas, sim tinha.
Se tinha, as vezes sem tinta, 
nem caneta e sequer, um papel.
Desenhado por ele mesmo,
n’um monocromático eu,
seriamente sisudo,
e se formando capaz.
Integrado, e alheio,
disperso, e atento:
Escrever...não é só bater na porta,
é antes construir a casa,
pôr parede, piso e teto.
É ser redentor de si mesmo,
Carismático e a si próprio, solidário.
é senão, apreciar-se sozinho,
incólume de vós.
Esquecido e a sós,
para amar-se sem pressa,
e silencioso, se enxergar melhor,
melhorado,  e talvez até pronto,
para mais trinta.

Comentários

REAVF disse…
mais criterioso talvez essa rapaz crítico.. são vivências que transformam a poesia... mas não basta sentir, tem que ter sentimento... acho td um questão de amadurecimento.. se é que eu peguei o desenrolar dos 30... ;~]

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