Oração.
Cadê a poesia de
todos os dias,
Onde estará? Aonde foi
parar
o amor de todos nós,
unido,
semi-puro, selvagem,
natural, intrigante.
Será que passou? Que irá
passar?
Quando os dias são
estranhos
e os sentimentos
confusos
lembrem-se das voltas
que nos trazem a tona
de novo, p’ra rota
de nós mesmos,
do nosso oriundo
profundo,
do que
somos
em essência:
somos
em essência:
herdeiros dum tempo
que
nos é dado;
prisioneiros da fortuna
incerta de um dado
incerta de um dado
girando, rodopiando, compondo-nos
meros acúmulos
de comiserações
de comiserações
e que seguem a diante,
vivos,
erguendo-se firmes e
bambos,
todos os dias,
findando nosso
particular hedonismo
na busca espiritual
de sermos humanos.
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