Feita de neve
Quão sincero é teu
olhar
quando me fita
atravessado
e rancoroso, de ninar
e de dar dó?
Quão robusto é teu
pesar,
quando me queixas a
vida
escancarada,desiludida?
Quanto tempo nos é dado
juntos,
esquecido no vai-e-vem
calmo
dos teus quadros e quadris,
um
a um, a se postar sobre mim?
Que distúrbios provoquei
na tua sina,
a tentar desvairado e
louco
sussurrar compreensivo,
canções de amor nos
teus ouvidos?
Quantas coisas quis
sonhar, na tua alma,
acordado em si mesmo,
acordado em si mesmo,
no áspero dia-a-dia
que passa pesado,
denso e camuflado, quando não estas.
Dias de esperança e de razão?
Quantos “ais” quis te
dizer, e não te disse?
E me calando, fui sorrateiro
compreendendo corpo
e faces,
mil disfarces da tua
harmonia,
entendendo a graciosa
e cálida
forma do teu sorriso.
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