Feita de neve


Quão sincero é teu olhar
quando me fita atravessado
e rancoroso, de ninar e de dar dó?
Quão robusto é teu pesar,
quando me queixas a vida
escancarada,desiludida?

Quanto tempo nos é dado juntos,
esquecido no vai-e-vem calmo
dos teus quadros e quadris,
 um a um, a se postar sobre mim?
Que distúrbios provoquei na tua sina,
a tentar desvairado e louco
sussurrar compreensivo,
canções de amor nos teus ouvidos?
Quantas coisas quis sonhar, na tua alma,
acordado em si mesmo,
no áspero dia-a-dia que passa pesado,
denso e camuflado, quando não estas. 
Dias de esperança e de razão?
Quantos “ais” quis te dizer, e não te disse?

E me calando, fui sorrateiro
compreendendo corpo e faces,
mil disfarces da tua harmonia,
entendendo a graciosa e cálida
forma do teu sorriso. 

Comentários

REAVF disse…
Eis uma imagem de sorriso!
Suzan Keila disse…
Dá pra ler de olhos fechados...lindo...

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