Vir-a-ser amor
Ninguém morre de amor nem passa a vida em prantos, ao levarmos a risada nervosa até o último instante, até o reclame do corpo, a lágrima torna-se ação, canção e poesia. Sem isso, não temos como seguir e viver o êxtase das descobertas, pois no amor ninguém ensina, só aprende. Num mosaico de sentimentos fazemos amor (o amor). Feito crianças montamos um quebra cabeça, brincamos, no recreio, de felicidade. Tudo misturado com o prazer. Mas se acharmos que encontramos a fórmula certa, tudo fica regrado, nos limitamos, ficamos fraco. O sentimento de sensível vira concreto, passando a pesar em nossas ações. E sem sentirmos o prazer de amar, o compromisso nos tira o ar e nos leva pro chão. Por isso, todo exagero de dor é uma falsa mentira que se tem na alegria de sentir. Ora, se isso nada é senão a pulsão da vida, engana-se quem pensa mal. A dor do fim é o grito de liberdade das crianças. A dor do fim permite nos amarmos, não por que era a regra, mas sim pelo mosaico que vai fluir, ainda que seja com outras peças.
A dor do fim é o parto de um novo amor. E o meu novo amor dança num vir-a-ser essencialmente livre num (de um) mosaico sem fim.
Comentários
Viajei lendo essa'♥ ;;