face a face com o eu virtual

Face a face num livro de ilusões vendidas por propagandas queridas por milhões de seguidores virtuais, ciosos por imaginação, segue a busca insensata do outro, da imagem, da representação do outro eu perfeito. Vive-se num novo circulo social. Vive-se quem quer, expõe-se quem quer. No entanto, sempre margiados pelas invenções dos guias que nos mostram como nos portar diante das novas mídias (vidas).

Assim o eu busca o espaço compartilhado pelos mesmos amigos e usurpado pelas mesmas ilusões ópticas das mitologias ancestrais. Vive-se um novo tempo: celebridades instantâneas falam das suas frustrações cotidianas, tudo em busca de um alento: alguém há de ouvir um grito de socorro, alguém irá alimentar o ego de outro e alguém tem que existir para que as coisas andem.

Devemos interagir constantemente sob novas ideias. Isso até que outros, os outros que invadiram a outra rede social nos invada com suas modas párias de quem não sabe o que é bom. Inventaremos uma nova bolha furada. Seremos de novo os arautos das novidades virtuais. Seremos agente das informações sem sentido para que possamos encontrar sentido nas nossas própria interações. Pois não dar para vivermos sempre num mundo de imaginação regrada, seguindo a trilha planejada para ocuparmos nosso tempo, parados, sem sentir o cheiro da carne, mas com a proteção do nosso lar.

Sabemos que viver um só mundo não basta, alguém tem que inventar um novo livro para que possamos viver face a face com o eu virtual. Ser um só já não satisfaz, mesmo com a possibilidade de mudarmos nossos perfis – diriam todos aqueles que fogem do suicídio. Pois nascer novamente sob novos olhares agora é fácil. E se a realidade anda longe dos nossos desejos, além psicanálise, temos sim onde reclamar. Só não temos o cheiro que compartilhamos quando nos tocamos, quando vivemos os dias de invenções de mundos.

Por isso, eis o plano, temos que levar ou trazer o aroma da lembrança e do desejo para cada eu virtual. Assim nos veremos e nos sentiremos cada vez mais próximos, photoshopando essência que a imagem não mostra. Seria um novo aplicativo caro aos corações desiludidos e lucrativo ao progresso virtual.

Comentários

Pétrig disse…
porra...
a pós modernindade é uma coisa séria.
REAVF disse…
põe séria nisso...

kkkkk

Postagens mais visitadas