no sertão

Estive longe, por ai,
nas terras do sertão,
nos cantos do siará,
correndo buscando cantigas,
encantos dos índios sem lar,
tecendo e ouvindo historias,
de gente doida da vida, de sangue,
de honra e de folga.
Folga de meio dia, sabe? Depois do almoço?
Quando tudo pára,
e o mundo disfunciona,
e as pessoas se deitam,
e a tarde se deixa demorar até a noitinha,
quando a lua sai bem mansinha,
calada, num vestido branco-magno,
dum supremo negro, eterno,
um terno caldeando-se de cinza, de sereno
e frio.
O sertanejo, se deita no chão batido e gélido,
de bebida ou de saudade, tanto faz,
mas ali, sua alma faz confusão com as estrelas,
e ele sonha ser mais.

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