Jaula noturna.
Adoro tudo nela quando dorme.
Sua sonoridade austera, seu balançar de pernas, suas mãos com força cavalar que se mexem, que machucam.
Eu adoro.
Seu rosto amassado, seu cabelo que mais parece um rolo de lã que um gato acabou de brincar...
Adoro como, as vezes, no meio da noite, ela morde os lábios, geme baixo - algo grandioso se anuncia em sua mente, e eu, expectador medícore dos sonhos alheios, espero ansioso o desfecho. Parece que pressente: de repente as expressões se voltam calmas, por vezes esboça um sorriso, quase um desdém. Até essa frustração que me dá, eu adoro.
Adoro tudo nela quando dorme.
É o tipo de paz, o tipo de amor, o tipo de calma que ela nunca - nunca! Nem no maior dos meus sonhos - vai conseguir me transmitir quando está acordada.
Eu a odeio quando está acordada.
Odeio quase tudo nela quando está acordada.
Mas adoro tudo - tudo! - quando ela está dormindo.
Um amor que nenhum outro alguém vai conseguir despertar nas minhas entranhas - sim, o amor é nas entranhas -.
De modo que vivemos de escalas: eu durmo durante o dia, ela durante a noite.
Nosso amor é feito de silêncios e sombras. E só.
Na pior das hipóteses, se ela acorda e eu não tenho sono, corro pra rua.
Ando, sem saber para onde, mas com a certeza de que qualquer pesadelo é melhor do que estar do seu lado quando ela está acordada.
A odeio quando está acordada.
A quero dormindo.
A quero calada.
Dormindo, ninguém ameaça.
Dormindo, ninguém foge.
Sua sonoridade austera, seu balançar de pernas, suas mãos com força cavalar que se mexem, que machucam.
Eu adoro.
Seu rosto amassado, seu cabelo que mais parece um rolo de lã que um gato acabou de brincar...
Adoro como, as vezes, no meio da noite, ela morde os lábios, geme baixo - algo grandioso se anuncia em sua mente, e eu, expectador medícore dos sonhos alheios, espero ansioso o desfecho. Parece que pressente: de repente as expressões se voltam calmas, por vezes esboça um sorriso, quase um desdém. Até essa frustração que me dá, eu adoro.
Adoro tudo nela quando dorme.
É o tipo de paz, o tipo de amor, o tipo de calma que ela nunca - nunca! Nem no maior dos meus sonhos - vai conseguir me transmitir quando está acordada.
Eu a odeio quando está acordada.
Odeio quase tudo nela quando está acordada.
Mas adoro tudo - tudo! - quando ela está dormindo.
Um amor que nenhum outro alguém vai conseguir despertar nas minhas entranhas - sim, o amor é nas entranhas -.
De modo que vivemos de escalas: eu durmo durante o dia, ela durante a noite.
Nosso amor é feito de silêncios e sombras. E só.
Na pior das hipóteses, se ela acorda e eu não tenho sono, corro pra rua.
Ando, sem saber para onde, mas com a certeza de que qualquer pesadelo é melhor do que estar do seu lado quando ela está acordada.
A odeio quando está acordada.
A quero dormindo.
A quero calada.
Dormindo, ninguém ameaça.
Dormindo, ninguém foge.
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