Ser Idiota.
Soava um grito distante que aquecia meus ouvidos:
“Eu sou um idiota!”
Com todas as letras que cabem ao nome, ecoava:
“Eu sou um idiota!”
E eu não sabia por que seria, mas ele repetia:
“Só(,) idiota eu posso ser.”
Melancolicamente aquele som penetrava em minhas vísceras,
Eu o tinha repudia e curiosidade pra ouvir:
“ Não há como não dizer, não posso mais evitar. Eu sou um idiÓtA.”
O grito de tão distante ficou próximo e era como se fosse eu a sentir a angústia de ser, ou pior, de assumir a idiotice ter.
Ele se contorcia, batendo suas mãos ao chão, como se contorcia aquele homem!
Seria morte, seria um parto, uma luz, uma descoberta?
“EU SOU... puta merda... IDIOTA!”
As lágrimas saiam, paulatinamente, copiosamente como se fosse lágrima, só, de quem sente.
Todos o olhavam com piedade, achavam que a loucura o possuía e eu só achava que era uma conclusão.
Só(,) poderia ser um idiota a gritar para todo mundo ouvir sua idiotice, aos berros.
Não, o idiota nunca assumiria assim, aos prantos, descontroladamente.
Seria outro tipo de demência.
O idiota admitiria sua idiotice num gesto nobre, ao se passar por aquilo que não é; um não idiota.
Aquele camarada deveria estar com outro problema, mas do mais, o que eu posso dizer?
Eu sou um idiota?
Não, eu não diria.
Mas eu poderia ajudá-lo?
Acho que não.
Já tenho pressa e só ecoa longe o som que eu continuo a ouvir.
Eu sou um idiota. Idiota? Eu?
“Eu sou um idiota!”
Com todas as letras que cabem ao nome, ecoava:
“Eu sou um idiota!”
E eu não sabia por que seria, mas ele repetia:
“Só(,) idiota eu posso ser.”
Melancolicamente aquele som penetrava em minhas vísceras,
Eu o tinha repudia e curiosidade pra ouvir:
“ Não há como não dizer, não posso mais evitar. Eu sou um idiÓtA.”
O grito de tão distante ficou próximo e era como se fosse eu a sentir a angústia de ser, ou pior, de assumir a idiotice ter.
Ele se contorcia, batendo suas mãos ao chão, como se contorcia aquele homem!
Seria morte, seria um parto, uma luz, uma descoberta?
“EU SOU... puta merda... IDIOTA!”
As lágrimas saiam, paulatinamente, copiosamente como se fosse lágrima, só, de quem sente.
Todos o olhavam com piedade, achavam que a loucura o possuía e eu só achava que era uma conclusão.
Só(,) poderia ser um idiota a gritar para todo mundo ouvir sua idiotice, aos berros.
Não, o idiota nunca assumiria assim, aos prantos, descontroladamente.
Seria outro tipo de demência.
O idiota admitiria sua idiotice num gesto nobre, ao se passar por aquilo que não é; um não idiota.
Aquele camarada deveria estar com outro problema, mas do mais, o que eu posso dizer?
Eu sou um idiota?
Não, eu não diria.
Mas eu poderia ajudá-lo?
Acho que não.
Já tenho pressa e só ecoa longe o som que eu continuo a ouvir.
Eu sou um idiota. Idiota? Eu?
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