Vai passar nessa avenida.

E a vida, o que anda aprontando?
Por onde anda passando?
O quê está fazendo?
Faz do corpo uma ilusória saída,
trata o gozo como uma longa vigília.
Faz da pele uma malsã moradia
de uma corrente sem fim
uma corrente de quente energia
Faz da veia um riacho infinito
desaguando gotas de ódio aos gritos.
Faz dos olhos saídas tiranas
e dos gestos, um jogo daqueles que amam
[que sentem]
Traz às mãos calorosas anseios
e na cabeça sempre mais devaneios
[devaneios cruéis]
Veja, meu bem, o quê a vida anda fazendo da gente?!
Nos encobre de noites
de manhãs em que mentes
e no meio da tarde uma trégua infeliz.

Comentários

Pétrig disse…
na meu retorno pensei em escrever algo, mas sem muito sentimento por dentro, tava meio cru, mei nú, ao terminar vim aqui postar e encontro essas tuas palavras, e arrependo-me dessa breve distância.
REAVF disse…
Afinal, a vida, ela e boa ou ruim? Ou necessariamente não seria nada disso. Seria um novelo a se desenrolar, ao enlinhar, ao se enrolar quando se desfaz um nó. Uma coisa cíclica, dia: manha, tarde e noite. Uma coisa pulsando, latente infinda que muda a cada período. E vc segue sem as rédeas, num profundo caos. Em infinitos momentos de amor. Uma engrenagem desejante que tende a mudar. Seria apenas o palco de todas as peças, de todos os atos, onde temos que ficar esperto para pegar a nossa fala, olha deixa, é sua vez, e a vida? É a vida, sempre vida, “quem passou por a vida em não viveu, pode ser mais, mas sabe menos do que eu.” Ela não faz nada, não!
be disse…
faz-se muita coisa, meu bem.

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