Há quem julgue a cortesã, e costure suas mentiras na fina pele do seu amor.;
Há quem julgue a cortesã, faça dela a vilã, mentirosa, fala vã...
Finge esquecer a cortesã ao amanhecer, aceitando seu botão de flor;
O sorriso rasgado que lhe dera a noite, pela manhã curou a dor...
A fumaça que envolvia a taberna, as mãos que percorriam suas pernas, encobriam sua face, cerravam seus olhos, tiravam-lhe a vida.
Talvez isso fazia dela a mais bela das artistas,
uma mulher que só fingia, atuava, e por serviço, gemia.
Ela teimava: botava o botão de flor em seu cabelo,
respirava fundo, e ia a taberna de novo se descabelar...
Mas ali, na mesa dos homens, há quem só visse suas coxas, seus seios, o seu corpo a rebolar;
ela esperava, porém, que a flor iluminasse, gritasse o seu apelo...
Mas à noite, na taberna, nem mesmo sendo poeta, se enxergaria uma margarida que não aguentava nem mais um beijo.
[...]
Margarida, amiga do cacto sem nome, que de poesia e compaixão, se juntou ao seu amigo: foi pra debaixo do chão.
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2 comentários:
A cortesã encontrou uma defensora. Eis margarida, de Baixo do Chão, seus últimos versos a suspirar.
Bonita defesa.
'há quem só visse suas coxas, seus seios, o seu corpo a rebolar..."
era uma mesa de cactos, quase mortos.
O que seria do mundo não fora a compaixão. ?
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