Fragmentos

 Quando adolescente eu avistava paixões impossíveis, foram várias.

Hoje, após vinte anos, tenho uma...

Fico feliz por estar apaixonado e triste pela raridade de tal feito.

Lembro-me que toda semana era uma poesia, hoje elas são raras como minhas ilusões.

Acho que eu não sou tão fugaz nem poeta.

Aquele grande amor ficou para trás, pré histórico, pré pandêmico.

Entretanto, sobre esta paixão, nela eu vejo os olhos do impossível.

E é com a possibilidade que eu danço e, talvez, seja a impossibilidade que me interessa.

Assim como me atrai aquele olhar cotidiano, o teu, a tua flor, o teu sorriso e teus símbolos de poder, controle e sedução.

 Não há confusão, eu tenho vontade de te falar várias coisas e contigo viajar o mundo enquanto me contento com teu cheiro. 

Ah, a paixão é uma viagem sem destino. Ao contrário do amor que tem lugar e é como filho que a gente tem que alimentar.

O amor morre de fome, já a paixão morre sem ar. Ou ela é consumida e ganha o nome de rancor.

O meu amor já morreu algumas vezes...

Já morri e voltei várias vezes violentamente à vida.

Como é possível?

Nunca quebraram o meu corpo enquanto picotavam a minha alma.

Não sei quanto tempo esta carcaça vai aguentar, mas espero ter tempo, tempo de me apaixonar até me desiludir...

Espero não me perder em meus delírios nem nos labirintos da memória... Porque renasço em cada paixão e continuo vivo quando ela vai embora...

Comentários

Pétrig disse…
E vivo continue tão poeta quanto está: tirando lágrimas dos leitores sobre a vida e a paixão de estar vivo.

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