Cale a boca poeta!
O poeta crê que
sua poesia é maior que a arte ou maior que vida
Ele se ilude,
se engana e mente.
Desesperado, escreve
lágrimas e entusiasmos
Formando um miasma
de egoísmo.
Um
caleidoscópio de si mesmo.
No fim,
porém, ele emana algo que pensa ser bom.
Que sua lira
vai um dia atingir um coração.
Quem sabe até salvar alguém.
Aí a poesia se
acaba, com uma rima fenomenal
No olho de
quem lê, o espanto ou o encanto.
Se ninguém lê,
o desabafo inútil fica para o papel
Que tenta alheio, eternizar seu enredo no tempo material.
Seja mais
vida poeta, e menos poesia.
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