A poesia que não devia ser.



Angústia, anseio e dor... a poesia não devia ser sobre isso, mas hoje é.
Tornou-se fria, forjada na separação, um para lá outro para cá.
As dores do mundo, o choro engasgado...  Ah, que parto sofrido é o de morrer de amor!
Fincando rimas ruins de uma mão vazia, no caminhar solitário de um só pé.
A poesia nunca devia ser sobre isso, mas ontem foi.
Vãos agouros impuros, desleais tormentos mil, agonia e aflição
Arrancam qualquer paz do sujeito, num voo raso de um pássaro leve.
De apaixonada à inconclusa, escreveu-se a poesia que nunca bastou.
Escreveu-se fria na pedra, cunhada muda para a eternidade.
Aquela poesia nunca deveria ser só sobre isso, talvez amanhã ela não será.

Comentários

Suzan Keila disse…
"Ah, que perto sofrido é o de morrer de amor." Quanto sentimento!

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