A poesia que não devia ser.
Angústia, anseio e dor... a poesia não devia ser sobre isso,
mas hoje é.
Tornou-se fria, forjada na separação, um para lá outro para
cá.
As dores do mundo, o choro engasgado... Ah, que parto sofrido é o de morrer de amor!
Fincando rimas ruins de uma mão vazia, no caminhar solitário
de um só pé.
A poesia nunca devia ser sobre isso, mas ontem foi.
Vãos agouros impuros, desleais tormentos mil, agonia e
aflição
Arrancam qualquer paz do sujeito, num voo raso de um pássaro
leve.
De apaixonada à inconclusa, escreveu-se a poesia que nunca
bastou.
Escreveu-se fria na pedra, cunhada muda para a eternidade.
Aquela poesia nunca deveria ser só sobre isso, talvez amanhã ela não
será.
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