A Montanha

Teu ciúme me põe nervoso a pino,

Como num cume montanhoso,

em que o gélido vento,

corta a carne e a esperança.

Teu ciúme me põe queixoso a toda,

Gritos, farpas, gelos, vamos.

Todos cheios de enganos

Todos tão cheios de nós.

Teu ciúme porém

De coisas passadas,

e casos antigos,

que nem sequer

arranham-me mais

são ao fim,

um alento sério,

verdadeiro,

e até cabe em minha canção.

Que te fala ao ouvido,

baixinho também,

só pra ti,

Quão envaideço com ele,

sentido ao inverso,

o sabor da tua paixão.

Comentários

Keilinha disse…
Forte isso:

"Como num cume montanhoso,

em que o gélido vento,

corta a carne e a esperança."

Já começo a ler você com um sorriso no rosto, porque sei que vou gostar, sei que vem coisa boa e nunca me decepciono...rs =)
REAVF disse…
Sentimento ruim da porra! e ainda pior quando é atemporal!
Pétrig disse…
:-P coisa boa é querer bem, ciume, n tem como escapar disso.
Pétrig disse…
thank's for sweets words
REAVF disse…
"Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa, Abranda as rochas rígidas, torna águaTodo fogo telúrico profundo. E reduz, sem que, entanto a desintegre,À condição de uma planície alegre, A aspereza orográfica do mundo!" Augusto dos Anjos

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