Uma volta.

Toda volta é cheia de glória,
e todo alcance feito de dor!
Toda corda: feito cor,
é torta, corta e solta,
mais até do que aprisiona,
todo roto e qualquer ator.
Acho que a poesia empaca aqui então,
feito faca que entortou,
feito vozes,
que voltou,
ou que voltaram,
seria melhor?
A fraca e timida voz ausente,
de vez se levantou,
pra mais baixo gritar,
quase cantarolando,
sussurrando ao ouvido,
por melhor dizer.
Que a dor,
aquela dor,
que deveras ou não, sente
não é mais, senão
do que uma alegria qualquer,
de um dia comum,
de uma tarde sol,
num encontro postal,
de um par de braços,
por certo abraçados,
ainda que tardos,
caídos no chão.

Comentários

Suzan Keila disse…
"Acho que a poesia empaca aqui então,
feito faca que entortou,"

Impossível fazer tal comparação a sua poesia...Suas palavras sempre fluem tão naturalmente...nunca empacam! =)Bela poesia!

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