Longe descuido
Eu não espero nada. Já de longe, vejo você passar: sorriso no rosto, flores nas mãos, meigo e sereno olhar... Carícias em meus cabelos, suave afago, brincadeira... Distante lembrança; sentir seria rememorar... Frio na espinha desce e encharca meu corpo. Soa longe uma cantiga de amor... Quase tagível, quase própria, quase nossa canção. Vejo você também colher felicidade, solto um sorriso pequenino: colher é diferente de cultivar. Sem poder falar, aceno em sua direção. Mas sendo tudo ilusão do paraíso que criei, não havia flores em suas mãos, nem felicidade que imaginei. Confusão preenche minha alma. Se não era você linda e calma, maldito sonho que sonhei. Agora, espero a alvorada, a hora certa para perguntar se está tudo bem.
Comentários