sábado, 31 de julho de 2010

Entre o lúdico e o real,
sempre fico com a fantasia.

Mas onde estava a danada?

Colorida, saltitava por aqui...

Faz pouco tempo...

Com uma cor tão intensa...

Aaah!

Achei-a.

Um descanso.

Um travesseiro cheio de borboletas.

Uma leve brisa rosada.

O repouso das fantasias.

Enquanto flutua em seu canto,
recarrega cor, brilho e sabor.

Já é hora.

A fantasia voltará.

(Suzan Keila)
Guardei.

E sabia o porquê.

Era para você.

Amor guardado é mais nobre,
vem com gosto de saudade.

A menor explicação e o
maior amor do mundo.

Sonhos entrelaçados...

Três vidas e
uma só alma.

Somos uma só poesia...

Que ganha o mundo
embalada em um som encantador...

Em vida,
sou uma só.

Fecho os olhos...

Cheiro de amor bem guardado...

Somos três almas,
numa só poesia:

Eu, você e nossa cria.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dias difíceis.

Como percebes assim minhas mentiras, ?
Como te atreve olhar nos meus olhos assim?
E dizer taxativa, que não falo a verdade, embora acredite.

Quem te deu permissão?
De entrar assim no meu corpo,
e assim, de repente,
em meu coração caxias,
se deixar ficar.?

Não me recordo autorizar tuas intrigas,
não te concedo assim, como irmão
juras e brigas.
Essas são minhas!
Ou não?

Infinitamente mil vezes São,
Pedro, tu que é pedra,
a ti rogo,
que sim seja quando,
só vale senão.
Porque pouco é resto,
se sobra ou sobre,
a sombra certa,
do nosso amor desmedido,
eu me fizer teu namorado.

domingo, 25 de julho de 2010

Recado

Olha moça:

Apesar dos pesares os joguetes enganam

Os pensares deturpa-se em cada interpretação

E num dialogo entre a dúvida e a certeza

Nem toda conversa boa é romance

Nem todo beijo é paixão

Nem todo abraço é sexo

Nem todo não é não

Assim veja:

Nem toda conversa ruim é negativa

Nem toda carne é ato

Nem todo fim é briga

Nem todo desejo é sensato

Nem toda mentira é intriga

Logo visto:

Arriscando a perder o quê não sabe se ganhou

Embriagado ao sabor da carne, com olhos de lado, de culpado

Pensando se esse jogo não fosse necessário, tentaria um ato de

Repúdio a um jogo sedutor.

Visto moça:

Os olhos dizem bem mais

Quando extinta a sedução

Seduz instintivamente

Os olhos entregam-te

Sem dúvidas ferozes no ar.

Mesmo assim:

A sedução se faz

O jogo desfaz o ato sedutor.

Tudo que é demais extrapola em gestos traiçoeiros.

Assim moça:

Nem toda conversa falada tem o mesmo desejo

Mas sim, sinceramente, todo olhar parece ter.

Duvida moça?

Meus olhos interpelam os seus

Nem outro, nem o mesmo, nem eu ou você pode dizer que a conversa acabou?

É isso moça...

sábado, 24 de julho de 2010

A girar

Ah, já sei!

Estou pronto:

Braços abertos,

Um pouco perto,

Um pouco são.

Posso cair,

Então,

No seu perdão,

Posso seguir

Na contramão

De toda razão

De existir,

De não mentir

Na ilusão,

Ao sentir

E ser feliz

Como um pião,

Em sua mão...

Em suas mãos.

A girar.

sábado, 17 de julho de 2010

]Tiro curto.

A poesia hoje nasceu diferente:
como se quisera sorrir, sair!
Não nascer.
Ser em si,
por que sabia sim,
era chegada sua hora.

A noite que passa

O que ter pra tirar da cartola,
quando o canto da noite,
é o canto da solidão?
Que alma penosa que chora,
que goza la fora,
na noite de então?
Sussurros e gritos sorrindo.
Copos estilhaçados,
rostos vis, coisas vãs,
o todo sentido se perde,
no contar das horas,
que demoram tanto,
pra te trazer de volta.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um outro lado de mim

Lembro agora daquilo que esqueci - como esquecer o que vivi?
Mas viver e não lembrar é não viver.
Confesso. Quis tantas vezes me esquecer.
Sair de mim e ser, talvez, aquilo que não vivi.
Poder ser de novo, sentir o novo.
Sentir e reviver aquilo: um outro lado de mim.
Um lado que não sinto. Que não vivia?. Será?
Lembro agora que já vivi no tempo da imaginação.
Ah! Que vontade de fazer-me assim completo.
Entregar-me totalmente aos meus anseios
Ao que me falta. Desejos transbordam.
Se estavam esses adormecidos, sou eu latente de novo.
Isso é real. Revivi. Como esquecer ( o )que Vivo?
Faço agora um novo amanha de lembranças e ações.
Numa lembrança contida em mim, sou agora realidade e sonhos.

Marília Cardoso & Ronaldo Furtado

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Prece

Não vem.
Aperta não.
Deixa passar,
não passa não.
Fica assim, perto de mim.
Já vem.
Desilusão.
Deixa passar.
Fica não.
Já era,
Segura a mão.
Enlaça.
Não solta não.
Evoca na prece,
na ilusão,
porque o amor,
de quem merece,
é quem não esquece
de pedir perdão
 ao sorrir.

sábado, 10 de julho de 2010

Sobre o amor à La saudade.

Hoje aconteceu algo muito estranho. Espero que todos entendam ao pé da letra cada frase aqui escrita.

Revi um grande amor.
Como sempre acontece quando reencontramos grandes amores, ele estava acompanhado. Senti uma imensa saudade dos tempos em que andávamos lado a lado, em que deixávamos abismadas as pessoas nas parada de ônibus (aquelas gente toda normal do dia-a-dia) com os nossos beijos apaixonados; senti saudade do nosso andar desbravador em cidades que não as nossas; saudade de bolar planos mirabolantes para morarmos juntos; uma extrema saudade dos filhos que não tivemos, mas que escolhemos os nomes pouco antes de dormir em uma noite qualquer; saudade das noites que perdemos jogando sinuca, mas ganhamos sorrisos de maus perdedores; infinita saudade do acordar ao lado, de comer macarronada com tomates cortados obssessivamente em quadrados; saudade do beijo de despedida recheado de "até logo" que não chegou... Até hoje!
Até rever o grande amor com ela.
Essa que deve ser grande também, como são os amores...

Desesperadamente, em um ato mesquinho de auto-salvação, escrevi para o meu novo amor: "Saudade!".
Ao ler o que tinha escrito, não reconheci a palavra. Mesmo gramaticalmente, não fazia sentido algum. Procurei no dicionário para ver se era daquela forma que se escrevia. Fiquei pasma ao confirmar que sim, que estava certa a escrita.

Constatei: dicionário nunca dá o significado exato do sentimento.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Perdas e ganhos.

Sobre perder, eu sei.
Sou muito boa em perde chaves, canetas, livros...
Já perdi o ônibus, já perdi a hora, já perdi tantos beijos...
Já perdi a vergonha, já perdi a cabeça, perdi máscaras e camisinhas.
Perder grandes amores é quase minha especialidade.

Sobre perder eu sei, mas nunca vou me recuperar de cada umas essas perdas.

Nunca vou me recuperar do chaveiro vermelho e verde que carregava minhas chaves, das canetas pesadas do meu avô, dos livros lidos e perdidos antes da releitura; não tenho como me recuperar da estrada que não peguei, dos minutos que enrrolei, os beijos que nunca dei; vergonha e cabeça, não tem como eu me recuperar mesmo. Todos os sexos que não fiz por que perdi a camisinha... como me recuperar disso?!

Eu sei perder, entendo o processo... Mas não há como se recuperar de tudo isso.

Um dia minha mãe perdeu o juízo e se separou do marido. Depois de algum tempo, ela se casou de novo e eu pensei: lá vou eu, me acostumar pra depois perder. Engoli à contragosto... Sabia que ia perder.

Se passaram 13 anos, e hoje sinto que esse dia se aproxima cada vez mais.
Sei que nunca vou me recuperar se eu perder esse meu pai. Se ele nunca mais se levantar daquela maca, se ele nunca mais voltar pra casa, vou perder feio e não vou me recuperar.

Mas hoje, pela primeira vez em tanto tempo pensando que vou perder mais uma vez,.. hoje, olhando pelo vidro da Unidade de Tratamento Intensivo eu percebi: só se perde por quê um dia se teve. Eu o tenho há 13 anos, e ganhei inúmeras chaves, canetas, macarrão com queijo, suco de goiaba e cigarros escondidos, quando minha mãe não sabia que eu fumava.
Eu ganhei um bucado.
Ganhei um pai, um chato de galochas, um amigo que nasceu em 1947...
Posso não me recuperar se perdê-lo, mas não conseguiria sequer respirar à sombra da simples idéia de nunca ter tido todos esses anos.

Eu nunca vou me recuperar de uma perda, mas ainda bem que eu a tenho pra provar por a + b que só se perde o que de fato se tem.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Lembranças tuas de um amigo teu.

Sem nunca está só, senti uma enorme solidão. Senti sua presença em minha noite. Senti suave como o açoite a lembrança que me preencheu. Foi um intenso caláfrio que anunciou a volta do que passou. Assim, trazendo-me dúvidas se aquilo mesmo era solidão ou se era conforto do que já foi bom. Eu não estava de modo algum isolado. Aquela lembrança súbita encheu minha sala de alegria. Nostalgia boa como um abraço de quem você quer amar. Um abraço de quem você já amou; abraço qual diz muito mais do que o encontro de dois corpos. Um abraço de frases completas; declarações e ação de bem querer. Será essa a solidão que eu quero pra mim. O isolamento físico de lembranças sublimes que me trazem coisas boas do que já vivi, mais do que isso, sensação boa que me faz gostar de viver. Não existir apenas. Viver todo momento, até o momento de solidão.

domingo, 4 de julho de 2010

espiritos.

Se é assim então, escrever pra ti comedido quase.
Prefiro não, tão pouco. Dentre as tortas linhas da sã certeza,
entre a mesa sua. Eu digo não e não vou, falando direitinho pra tu me ouvir,
todo dia, "diréto".
Eu não!
Eu fico!
Eu passo!
Eu sigo!
,e sou.
De novo
todo, e
quase,
vírgula lá.
Onde encontro-me, em si,
pecando-me.

Quase renovando meu grito, eu sozinho,
descuidado e deserto de outras rimas irmãs.
Por que agora é moda em cá,
sofrer sozinho, e mudo e parado.
E ponto e surdo.
tantos,
segundos,
forem.

Quase já, quase lá,
prestando homem e imagem,
a quem, quando morrer ficar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Longe descuido

Eu não espero nada. Já de longe, vejo você passar: sorriso no rosto, flores nas mãos, meigo e sereno olhar... Carícias em meus cabelos, suave afago, brincadeira... Distante lembrança; sentir seria rememorar... Frio na espinha desce e encharca meu corpo. Soa longe uma cantiga de amor... Quase tagível, quase própria, quase nossa canção. Vejo você também colher felicidade, solto um sorriso pequenino: colher é diferente de cultivar. Sem poder falar, aceno em sua direção. Mas sendo tudo ilusão do paraíso que criei, não havia flores em suas mãos, nem felicidade que imaginei. Confusão preenche minha alma. Se não era você linda e calma, maldito sonho que sonhei. Agora, espero a alvorada, a hora certa para perguntar se está tudo bem.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...