Ciúme

O ciúme é como se fosse a ânsia do vômito.
Depois do vômito ele se afoga no desconsolo.
Tudo por causa do acalanto da Mulher.
E nas entranhas do coração a náusea do querer é a impossibilidade de evitar.
Mesmo que se entenda,
que sustente a racionalidade do amor,
ainda não se controla o afeto.
Tentam induzi-lo às necessidades triviais.
Do mesmo modo que é trivial amar-te como razão de viver.

Náusea, vômito, paixão.
Depois do escárnio dos meus sentimentos cria-se uma confusão que requer alento.
Se nesse amor existe mais de mim do que de ti
Quanto ciúme há de nós nessa angústia baixa e visceral?
Será meu mau ego dando embrulhos no estômago,
Cantarolando paródias nauseantes do que seria uma traição?
Eis um vômito, um acalanto, uma canção.
Notas cifradas e feias,
Ebulições de sentimentos sem lágrimas.
Fatigante, sem razão.

Após isso,
Só quero afago, Mulher.
Para que a dor dissolvesse em teu (meu) sorriso,
Nossa remissão.

Comentários

Pétrig disse…
Carnes, virgens e tépidas do Oriente
do Sonho e das Estrelas fabulosas,
carnes acerbas e maravilhosas,
tentadoras do sol intensamente...


me lembrou Cruz e Souza, claro que com seu toque de peculiaridade menos danoso que o daquele poeta.

Ótima.
be disse…
visceral e traidor, o sentimento.
Maninho é lindo o que você escreve!
PARABÉNS!

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