ENTRE TEMPO E GRADES

Quando me falam de tempo
Eu me lembro de horas,
Quando eu me lembro de horas eu me lembro de grades,
Quando eu lembro de grades eu me lembro de espaço;
Quando eu me lembro de espaço e tempo eu me lembro de história.
Quando me lembro de história me vem o humano,
Aí eu me lembro de gente; e pensando em gente me vem a vida e da vida a liberdade da gente...
Perco as horas.
Gasto o tempo.
Gosto do TEMPO!
Quando estou quase tendo o meu tempo no tempo da vida,
Alguém pergunta seu eu não tenho pressa e que horas são.
- Estou contra lei eu não ando em tempo, sinto navalhas a fio;
Emaranhado na rede cortante das horas.
Quando me perguntam as horas não querem a minha.
A que você quiser?
Quando me falam em horas
Eu me lembro de navalhas afiadas a girar retalhando e somando tudo que se possa usar.
Temos um tempo gradeado e circulando nas navalhas do relógio chamadas ponteiros,
Cada fez mais rápidas no prazer de ceifar e lentas e dolorosas na hora de nutrir.
- Ah, quando me falam de tempo, eu não me lembro mais...
Eu não sou igual a você.
Mas que horas são?
- Acabei de lhe ferir com navalhas ponteiros e grandes de uma e trinta e cinco e seis segundo de milésimos que eu não conseguir contar.
Não me venham prender meu tempo com seus relógios!!!

Comentários

Patrícia disse…
Você tem o dom de escrever as coisas certas na hora certa, o tempo é seu aliado...

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