Sobre o futebol brasileiro

    É fim de ano, e seria melhor uma poesia falando sobre as glórias dos campeões desse ano de vinte e dois. Do túmulo, meu pai deve se revirar com a campanha do Tricolor de Aço. Mas a saudade não basta e escrever sobre o futebol envolve muitas emoções e coisas da lembrança que aqui não caberiam. Seria melhor uma crônica qualquer, escrita por qualquer um, longe de querer ser aquele famoso Rodrigues, conservador brasileiro de outra ideia. Devo dizer que particularmente sou contra a geração de jogadores que só caem e tudo mais, nada contra a arte, mas quem se tatua em pescoços e braços algo sagrado, um beijinho, uma cruz quiçá, deve explicar. 

Aos que jogam todo o seu suor dos milionários salários e toda a disciplina espartana dos atletas, aos monstros verdes maravilhosos, desejo toda paixão de um torcedor que vai a primeira vez em um estádio lotado. 

Colorido pela pulsação da angustia vitoriosa e que entra em êxtase, catarse. Futebol é um oferecimento do povo. Aliena o tanto que transborda e como nenhuma política aqui nesse país o faz.

Na última oração há um compromisso, ir mais além dessa década e conectar com a emoção plural desse povo carnavalesco. Tá pensando que tudo é futebol? Ao menos leve uma certeza, é mais.

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