Convide-se.
Antes a poesia começava no rabiscar de alguma letra, tinha um som só.
Único do peso da mão e do papel recebedor do sentimento.
Hoje o som é de teclas, como de um piano em preto e branco.
Mal cabem cores no seu som.
Mas no fundo do monocromático teclado, também há brilho.
E a reza e medo.
Em tempos incertos e noites de febre.
Em que uns se vão e outros não.
Definitivamente o sentimento da poesia não é bom.
É assustado a cada ciclo de incubação.
Finalmente é morto, como um sim de aceitação
aos planos sabidos das deusas.
Em que uns voarão e outros sim,
hão de ficar e querer.
Antes o poema terminava feliz
no desenhar de seus caprichos.
Tinha até ponto final,
ia dormir a salvo do teclado sentimental.
Mas. o amanhã testará o suor d'uma esperança colorida.
Afinal, nos monocrômicos olhares também cabem arco-íris.
Distintivamente no interesse dessa poesia que quer ser boa,
há natureza relativa.
É concisa e racional a cada novo ciclo de sol.
Inicialmente é viva, um não da fé aos desígnios.
Em que uns permanecerão, mesmo tantos outros tendo partido.
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