Para quê?


Sei exatamente por que escrevia... talvez seja por isso que não escrevo mais ou escrevo menos.
Infelizmente não busco mais nada dentro do meu eu, nenhum conflito senão as obrigações do dia.
Sei que ainda existem as questões amorosas, mas ao longo dos anos elas foram tão pesadas, esmiuçadas que não tem graça dizer.  Os rompantes de paixão se foram sem que eu sinta saudade.
As aventuras são menos....  e como eu só escrevia sobre o meu umbigo, eu não escrevo mais.
Por que se eu for escrever sobre os outros, eu corro risco de ser julgado pelo tribunal das mídias digitais.  Então, para que eu faria isso? Não há motivo nem leitor... Hoje todo mundo quer ser visto. Não como são, mas a melhor representação de si. Por que eu iria mostrar minhas vísceras? Ano passado eu fiz um samba, um samba triste sobre as dores que sinto e não sinto... chegaram a cantar, mas isso, ainda que me cause alegria, não me traz contentamento. Porém, ao longo do tempo, com dores, amores, alegrias, histórias e filosofias eu cheguei um entendimento sobre mim. 
E o interessante é que o que me preocupa são os outros...  mas nada que eu possa fazer... talvez eu me surpreenda com isso, pois eu irei fazer se assim  puder. Por deus, o amor se transforma, assim como deus é único para cada um. Eu temo pelos meus.

Comentários

Pétrig disse…
Pesado, sempre haverão leitores, ainda que seja na garrafa atirada no mar, na poesia rasgada que nunca saiu de um papel esquecido. A palavra dá um jeito de achar um olho e um coração; Não há melhor escrita do que aquela sobre o umbigo. Sem amor que devia ser traduzido para Deus, e sem loucura, não resta nada. Silêncio. acho que a escrita mais que a voz, é para a alma poder falar.

Postagens mais visitadas