sexta-feira, 27 de abril de 2018

Te mar e ilha.


Na angustia de quem ama, sofrimento não faltará
Serão rimas intermináveis, poemas imensos.
Idílicas odisseias de insegurança e medo. 
a saber: rios inteiros de solidão.
De quem vive, resta pouco
A consciência de si, tranquila no mar agitado
Revoltoso e revoltado. 
E na nossa casa se minha poesia falasse, 
ela gritaria teu nome n’um vale espaçoso, 
cheio de ecos de mim.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Queria eu?

Queria eu orar ao tempo como se ele fosse o deus mais lindo
Queria eu saber do tempo que vai além da minha memória
Queria eu fazer paralelos e círculos com todas as histórias
Queria eu ficar sem ter que ir nem voltar, mesmo seguindo.
Queria eu não querer e nem ter tempo para o que eu sinto
Queria eu, eu te digo, esquecer de rememorar o infinito
Queria eu não ser quem eu sou e ser quem não vou ser
Queria eu ser orgulho e acreditar em tudo que eu fiz
Queria andar sempre conhecendo novos horizontes
Queria eu não lembrar de ontem e não morrer aqui.
Queria eu desenhar o teu rosto
Ao desenhar, aos poucos
poesia no papel.
Queria eu quebrar toda essa linearidade temporal que eu vejo cair do céu.
Queria eu não querer saber de mim
Queria eu fazer de tudo por outro alguém
Queria eu não escolher sempre a minha proteção
Queria eu ser mais abrigo do que desolação
Queria eu não ser coisa objeto de alguém
Queria eu não consumir
Queria eu não lembrar de digerir o que o tempo não deixou
Queria ser, pois pronto, ser  o que sou
Queria gostar de ti aqui perto quando gosto de você longe de mim.
Queria não querer tanto silêncio em meio ao caos
Ouço música violenta em cada coração
Queria não orar ao tempo como se ele não fosse finito
Queria eu  fazer milagres sucintos
Queria eu deixar agora de escrever, porque de todos os quereres o que eu quero eu minto.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...