quarta-feira, 15 de junho de 2016

Os sentimentos antigos...

O sentimento antigo
é a mais nova
invenção
antes do sonho.

As memórias afetivas,
 um retorno quase possível
 surge um pouco antes de dormir.

Penso: sou eu realmente antes do sono,
a essência aflora antes de adormecer.
Sou diante do eterno retorno possível.

Encaro-me sem peso ou culpa.
Vivo o mal feito direito feito,
não cabem pedidos de perdão.

Em um labirinto, mal visto, surge o sonho.
Vem com força o meu desejo daquilo que não foi,
meu desejo por aquilo que ainda é possível.

Por que eu volto?
Eu queria ser o que sou hoje quando vivi.
Entretanto, desconheço o sonho, impossível,
eu me esqueço ainda que haja desejo.

Apesar de existir amor,
aquele que fui, não o conheço.
Só conheço quem eu sou.

Eu sou o sonho antes do sono...
ignorante e fascinado
com o que
é
foi, e
está
por vir.











domingo, 12 de junho de 2016

A poesia que não devia ser.



Angústia, anseio e dor... a poesia não devia ser sobre isso, mas hoje é.
Tornou-se fria, forjada na separação, um para lá outro para cá.
As dores do mundo, o choro engasgado...  Ah, que parto sofrido é o de morrer de amor!
Fincando rimas ruins de uma mão vazia, no caminhar solitário de um só pé.
A poesia nunca devia ser sobre isso, mas ontem foi.
Vãos agouros impuros, desleais tormentos mil, agonia e aflição
Arrancam qualquer paz do sujeito, num voo raso de um pássaro leve.
De apaixonada à inconclusa, escreveu-se a poesia que nunca bastou.
Escreveu-se fria na pedra, cunhada muda para a eternidade.
Aquela poesia nunca deveria ser só sobre isso, talvez amanhã ela não será.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...