O sentimento antigo
é a mais nova
invenção
antes do sonho.
As memórias afetivas,
um retorno quase possível
surge um pouco antes de dormir.
Penso: sou eu realmente antes do sono,
a essência aflora antes de adormecer.
Sou diante do eterno retorno possível.
Encaro-me sem peso ou culpa.
Vivo o mal feito direito feito,
não cabem pedidos de perdão.
Em um labirinto, mal visto, surge o sonho.
Vem com força o meu desejo daquilo que não foi,
meu desejo por aquilo que ainda é possível.
Por que eu volto?
Eu queria ser o que sou hoje quando vivi.
Entretanto, desconheço o sonho, impossível,
eu me esqueço ainda que haja desejo.
Apesar de existir amor,
aquele que fui, não o conheço.
Só conheço quem eu sou.
Eu sou o sonho antes do sono...
ignorante e fascinado
com o que
é
foi, e
está
por vir.
quarta-feira, 15 de junho de 2016
domingo, 12 de junho de 2016
A poesia que não devia ser.
Angústia, anseio e dor... a poesia não devia ser sobre isso,
mas hoje é.
Tornou-se fria, forjada na separação, um para lá outro para
cá.
As dores do mundo, o choro engasgado... Ah, que parto sofrido é o de morrer de amor!
Fincando rimas ruins de uma mão vazia, no caminhar solitário
de um só pé.
A poesia nunca devia ser sobre isso, mas ontem foi.
Vãos agouros impuros, desleais tormentos mil, agonia e
aflição
Arrancam qualquer paz do sujeito, num voo raso de um pássaro
leve.
De apaixonada à inconclusa, escreveu-se a poesia que nunca
bastou.
Escreveu-se fria na pedra, cunhada muda para a eternidade.
Aquela poesia nunca deveria ser só sobre isso, talvez amanhã ela não
será.
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