sexta-feira, 25 de julho de 2014

Luz, ação!

Há tempo me falta luz, a matéria prima da poesia,
já que a bruta massa sentida,
a ser lapidada e a ser esculpida,
de tão escavada pela palavra, se foi.

Partiu-se sem dar conta da volta...
Nas estações pelo caminho hão de haver motivos e caminhos para voltar,
e quiçá os mesmos desvios cometer!

Mas não, não recordo com saudade do velho inocente, embrutecido carbono que era.
De lá de onde sou, a matéria bruta da rima é a vida, imperfeita condição.
Não há saudade do tempo que passa, menos feliz eu seria.
Só há o novo, contínuo, em que a pretensão doce já não é ser refém das palavras, mas das ações.

A noite

Quando és fria, qual a noite,
Sinto sombrio qualquer coisa da morte,
Rodeando em mim, encostando-se a mim, esgueirando-se.

Essa coisa qualquer, que aos poucos é triste, 
sussurra poucos sonhos e tenta findar qualquer esperança de alegria!
Mas por capricho divinal, todo desfecho de noite é em si caótico, e por dentro ele se rasga em clarão.
Toda madrugada fria, termina em luz.

E como é lindo, de dia, vislumbrar um quadro, com o sorriso mágico dos teus olhos.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...