A quem ouvir?
A quem pedir conselhos?
Ora, me vejo sempre,
quando preciso,
ouvindo o velho Bel.
Aí quando sonho demais
chega-me uma realidade
fina
e consigo superar as
banalidades da paixão.
Com muita ironia,
diga-se:
já que tudo é poema, apenas cenas, meu amor.
Eu o escuto, levo a sério o cântico
e fico como se
fosse um homem livre
das grades e dos meus
medos,
pois chega-me também a
sinceridade
sobre o que sinto e os
meus defeitos.
Consigo lidar com os
fantasmas do porão,
quando já não faço os meus
caminhos,
eu sei: viver é melhor
que sonhar.
E só sem desejos se
vive o agora.
No fim, só a paixão nos
redime
do amor sem memória.
Cada qual com sua arte,
fazendo sua
parte sem querer ferir
ninguém.
Bem sei dessa agonia de
não sonhar.
Mas tudo muda, e com
toda razão.
Por isso, talvez, sigo
estudando a vida que eu
quero dar
Por fim, eu sei qual é a do perdão, pois
qualquer
sofrimento passa,
porém o ter sofrido não.
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