segunda-feira, 22 de abril de 2013

Como Dizia o Poeta: curta!


Em quem busca tomar sempre doses diárias de alegria, um inevitável sentimento de tristeza percorre as veias. É algo insolúvel que transita a vida, quase agonia ocasionada por decisões alheias, as quais nos rasgam no leito, sempre antes de dormir.  Por isso, te digo, a felicidade é uma questão de jeito. Dorme direito! De todas as escolhas certas e ainda imperfeitas, as consequências são as provas de que vivemos intensamente e a cada dia mais, pois acumulamos, no corpo, sentimentos. Já com algumas escolhas erradas e perfeitas, de novas experiências a alma corre atrás.  Não como o tempo que corre em sua própria loucura, se dizendo razão, mas nos afetos que fere e cura o nosso corpo são. Eu sei que não é fácil, mas temos que nos reinventar, sobretudo, amar o desconhecido, pois o que já vivemos está inscrito e, mesmo se quiséssemos esquecer, levamos. Então, se amas, não ame as lembranças e o que passou, ame a saudade e o que se pode inventar no amor. A saudade é o presente de quem vai em frente e não tem medo de sofrer. Aos que não tiveram escolha e seguiram, lembre-se do poeta e o que ele disse: porque “quem já passou por essa vida e não viveu 
                    pode ser mais, mas sabe menos do que eu 
                            porque a vida só se dá pra quem se deu
                                           pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu.
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não”

segunda-feira, 15 de abril de 2013

30


Não, não tinha mais letra.
Era até mais racional.
Não tinha mais rima,
menos dado a sentimentos,
e mais a sentir, 
Não tinha nada.
A poesia era muda, mudada.
Escusa e opaca.
A vida era só, vivida!
E os sonhos, sonhados!
Atropelados sem ensaio,
Sem anseios, vivenciados,
a revelia das certezas todas.
Nada tinha e tinha trinta,
um acumulado de dúvidas,
conquistas, sim tinha.
Se tinha, as vezes sem tinta, 
nem caneta e sequer, um papel.
Desenhado por ele mesmo,
n’um monocromático eu,
seriamente sisudo,
e se formando capaz.
Integrado, e alheio,
disperso, e atento:
Escrever...não é só bater na porta,
é antes construir a casa,
pôr parede, piso e teto.
É ser redentor de si mesmo,
Carismático e a si próprio, solidário.
é senão, apreciar-se sozinho,
incólume de vós.
Esquecido e a sós,
para amar-se sem pressa,
e silencioso, se enxergar melhor,
melhorado,  e talvez até pronto,
para mais trinta.

domingo, 14 de abril de 2013

Desenho

Lembro dos detalhes de nossa ilusão,
os planos saborosos,
  o gosto do nosso amanhã
de manhã, ao acordar
à noite, sem dormir.

Lembro e não consigo chorar
porque amar é rememorar o amor.
Assim, vejo ainda o desenho dos coqueiros
na parede daquele quarto, na leitura dos nossos desejos.

Lembro que  te ofereci o paraíso.
Ah, eu lembro,  soubemos  viver e sonhar...
Fizemos o nosso carnaval...
A festa era o encontro e,
um pouco antes da despedida,
 o encontro era nossa vida.

Ah, guardo em mim todos os carinhos e sonhos,
mesmo quando eu aparentar esquecimento,
eu sou o próprio sentimento que  a realidade
não ousa vencer.

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...