quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Fluxo de consciência

Ainda ontem lembrei dessa sensação de tempo vivido, do fluxo, da distância, da velocidade física:
"não há nenhuma intenção que não seja vinculada a uma "segunda intenção". São os tempos desiguais para  nós, mesmo padronizados,  só vem ao mundo para anunciar o caos.

 - O homem isolado é abstração, nem partícula nem fluído (nem matéria nem espírito), o homem é síntese das suas iterações com o mundo -

 Ainda ontem, alguns segundos antes da primeira palava, acessei o blog. Escrevo hoje tendo cuidado com os tempos verbais, mas tento quebrar o fluxo de consciência, expressão formulado por W. James. Assim faltam palavras para eu compor o quadro e desenhar em retalhos o que penso.

- As propriedades, o caráter, do homem só pode ser observadas nas relações com o outro, seja esse outro coisa viva ou não. -

Porém minha "segunda intenção" é desconhecida, mas sei que perpassa a comunicação. Eis uma dúvida complexa e múltipla sobre os meus objetivos de convivência. Quebra-se a aqui a linha, interrompo o fluxo - o primeiro pensamento eu esqueci, busco o primeiro paragrafo para lembrar.

- O que conhecemos não é a natureza do homem propriamente dita, mas o homem no mundo em seu tempo exposto aos nossos questionamentos. -

Lembro do caos que foi a manhã de ontem, quando minha rotina foi quebrada e eu não sabia para onde ir. Em volta a uma relação espaço temporal desconhecida, um sentimento de saudade e desejo tomava-me, forçava minha consciência a medida do meu corpo, eu era uma matéria integrada à distância.

- Não somos tão objetivos assim, as externalidades não compõe a realidade completamente, teríamos que estudar física quântica para sair da imagem. Ou não. -

Hoje, estou certo que o problema foi a comunicação, não quero mais saber de ontem. Questões como tempo, consciência e distância se organizam em um momento. Tenho corpo. experiência e energia para seguir minhas intenções, vou sintetizar tudo. Um ator  contemporâneo à vida.



quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ressaca da alma.

Embriaguei-me com palavras vãs. Ele não falou nada que acalmasse o meu coração e eu não ouviria nada daquilo que não fosse exatamente o que eu desejaria ouvir, ou o que eu não ousaria ouvir. Uma verdade para ser dita e ouvida, deve vir inteira. Se vier pela metade, transforma-se em palavras ocas, bobas que não convencem nem mesmo o mais ingênuo dos ouvintes. Mentiras sinceras não me interessam. Prefiro a dor de cabeça e a ressaca cruel de uma verdade derramada à uma mentira bem contada para acalmar o coração de alguém. Na bagunça do meu coração saracoteiam as mentiras mais doces, enquanto dormem em paz as verdades mais árduas... Prefiro dormir em paz...
Estilhaça-se
como um cristal...

E espalham-se
por todo o recinto..

Fios de confiança...

Onde outrora
teci com fios de ouro
e embalei em promessas de amor eterno.

(Promessas dos homens e
promessas de Deus.)

O quão grave deve ser a queda
para estilhaçar tudo?

Resta-me algo abstrato...

Arrumar os fios e
embalar com fé.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A História toda é

Uma fraude,
por isso ao comer poesia
numa tarde de som
sem a norma nem a métrica,
sem a fala do concreto...

Os sopros de sentimentos
na tela, não mais papel,
sem ao certo o que colher,
desenham uma arte difícil e social:

A vida em silêncio redigida,
numa fraude,
formulada em tons objetivos.

A história escondendo o sentimento
da abstração do corpo,
sem o vento da  ilusão verdadeira.

O artifício do oficio de viver a história, de
ir além do que existe nas consequências,
é a forma que engana os olhos
nas letras dançantes das palavras preguiçosas.

No início, temos a poesia e falta a matéria;
no fim, a matéria sem poesia toma conta do ser.

Começamos a dar conselhos pelas experiências vividas.
Chegamos ao objetivo, uma fraude cheia de vida.

domingo, 4 de novembro de 2012

Além


não abarca minha alma
não há passos para abraça
não nego nem chega
se estou, ela vai
se seguro-a num tempo
no outro, ela se esvai
minha alma, meu amor
os meus eus que não sou
não tente jamais
só abarca o pedaço
o corpo que ficou

Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...