De tudo, fragmentos
Eu necessito ser incompreendido. Eu te deixo uma dúvida entre a dúvida e a certeza. Eu te deixo só, perdida na linha do raciocínio e acabo sendo tão claro como a luminosidade que te cega. E tudo isso é tão banal quanto a mania de explicar o querer e o sentir, os desejos inúteis causados pela ânsia do não ter, o imaginário e os romances astrais. Ficamos assim nesse papo cabeça afunilando o que nos diverge e deixando o tempo correr – se é que ele corre para algum lugar.
Eu fico olhando o teu corpo, tuas curvas e seios. Imagino que tudo reside aí no corpo que se transforma. Além do corpo, derreto-me em teus pensamentos e viajo em teus sonhos que se confundem com os meus. O teu corpo é tua casa – uma bela casa. Tu és o sonho e os pensamentos bons, substancia e a matéria de tudo que é amor.
Eu não tento compreender nada, vivo nosso futuro e passado. Pela janela, o coqueiro dança embalado pelo vento que assobia canções inéditas para casais apaixonados. Percebo que não somos os únicos a amar. Todos os verbos conjugam-se no plural quando falamos de humanidade. Eu me sinto humano demasiadamente humano. Eu me sinto carne, sinergicamente feliz.
Eu te li em trechos de livros, eu te leio agora e te sinto. As páginas são bem mais saborosas. Eu sou todo sorriso que dizes não entender.
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abrço