domingo, 30 de janeiro de 2011

Precoce

Antes de poder,
Te Querer e ter
ciúmes;
sentir antes de viver
o amor,
é querer ser proprietário
do que não deveria.
Do que nunca seria,
nem se fosse dado
por amor.
Assim lamento, pois
sentir antes de tudo
é dar um fim
no que poderia começar.
E um fim antes do começo
é morrer em si mesmo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Seu não estivesse numa; não saberia.

Fragmentos

Digo-lhe: não leia.


(...) As redes de relacionamentos são cansativas por que são forçadas, induzem a convivência, atiçam a exposição. Ela nos mostra uma falsa noção de proximidade, ao mesmo tempo que mascara um consumismo infantil: o desejo de aparecer, de se pronunciar sobre qualquer coisa, não importando a merda que possa sair.
As pessoas são retratos na tela, são diversas mensagens de si. E como se não bastasse a maquilagem, existe agora o photoshop. Chega a ser hilário tê-las tão próximas, saber tanto de nada.

(...) Assim vive o mundo virtual: condensando sentimentos em pose, poses em fotos modificadas por programas qualquer. No fim, depois que tudo passou, o sorriso será uma lembrança por trás da estética do produto. (...)

É um pouco virtual, depois de vivido, reviver virtualmente a estética do sentimento. (...)

Quero tomar banho na chuva
vê-las se molharem,
saber a cor de cada uma
e sentir o cheiro da carne.


...Quero ser parte e estar longe disso tudo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

..sobre o post debaixo... ( sobre o amor )

Contemplado e discreto, deixa sim.
Continuado, e seguindo
sempre adiante.
E diante de todos ser sim,
completo como ele só, lindo como ele só,
onde eu ouvi isso? talvez,
estava só. Só com ele.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sobre o amor

O amor pesado feito concreto, leve como as palavras banais, é sempre amor e terno quando vivenciado por nós. O amor passado é o amor presente na saudade, o amor presente é o amor de sempre; já o meu futuro amor é aquele que eu tenho menos bem. O amor e o amor quem é que diz o que é? O amor de pai e mãe e de outros iguais. Diga-se lá: o tempero é a paixão... Quando cessa, deixa morno, o amor terno de querer-se bem. O amor por nós e por outro conflita-se em oração:

Me ame mais que a mim mesmo

Faça sentido o meu apego, porque,

quando estou só, não faz sentido solidão.

Deixe fluir né, para que possamos suportar

Deixe vim e deixe passar

e que venha muitas vezes

harmoniosamente

desastrosamente

abalando

Triturando

condensando

emoções e me fazendo mexer,

Tirando-me deste lugar de inércia.

É o amor né.

Sim, é amor que não finda

É o amor banal:

Santa cama e lençóis.

O amor é feito escrita livre que torna-se verso sentido, concreto, forte e fluído.

Se tentarmos podar, há de acabar, há de morrer.


Das dunas fiz um porto.

Diante de ti tremo e tenho tudo e remo tanto  para não falar que minha rima fraca e cansada de repouso e  de descanço de um trabalhador da p...